Política

Advogado diz que hacker esteve em reuniões no Ministério da Defesa no governo Bolsonaro

Delgatti teria sido o responsável por elaborar perguntas apresentadas ao TSE em um ofício da pasta, questionando a segurança das urnas

O hacker Walter Delgatti Neto. Foto: Reprodução/YouTube
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O advogado Ariovaldo Moreira, representante do hacker Walter Delgatti Neto, afirmou que seu cliente esteve em reuniões no Ministério da Defesa para debater a segurança das urnas eletrônicas nas eleições de 2022. À época, o responsável pela pasta era o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-comandante do Exército.

Delgatti foi preso pela PF nesta quarta-feira 2, no âmbito de uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A ação também cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

“Segundo Walter, ele esteve, sim, no Ministério da Defesa, acompanhou algumas reuniões acerca da confiança das urnas. Ele realmente esteve lá e prestou algum serviço, mas ele também recebeu propostas de invasões”, disse o advogado em entrevista à GloboNews.

Ariovaldo Moreira declarou ainda que Delgatti foi o responsável por elaborar perguntas que foram apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral em um ofício do Ministério da Defesa, questionando a segurança das urnas. Também foi o idealizador de um falso mandado de prisão contra Moraes.

Em depoimento à PF, o hacker já havia declarado que o relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral de 2022 se baseou em suas “explicações”.

Em 9 de novembro, o Ministério da Defesa encaminhou o documento ao Tribunal Superior Eleitoral. A auditoria dos militares não identificou qualquer fraude no pleito, mas, ao contrário do monitoramento de outras entidades, levantou especulações e apresentou uma série de recomendações.

Delgatti afirmou ter se reunido com Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para discutir as urnas, em 2022. Segundo o hacker, o ex-presidente perguntou a ele se conseguiria invadir os equipamentos caso estivesse em posse do código-fonte.

“Isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante“, diz um trecho da oitiva.

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