Política

‘Agronegócio burro, que só pensa em lucro fácil, está com os dias contados’, diz líder do MST em CPI

Durante o depoimento, João Pedro Stédile criticou o agronegócio brasileiro por não distribuir suas riquezas de forma igualitária à população

Brasília (DF) 15/08/2023 Depoimento do líder do MST, João Pedro Stédile, na CPI da Câmara que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (CPI do MST) - Foto Lula Marques/ Agência Brasil
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Um dos líderes nacionais do MST, João Pedro Stédile, disse considerar que o agronegócio está dividido no Brasil e que parcela do setor é burra e só “pensa em lucro fácil”. De acordo com o sindicalista, essa parcela estaria “com os dias contados”.

As declarações foram dadas durante depoimento à CPI que investiga o movimento, na tarde desta terça-feira 15. A convocação de Stédile foi aprovada pela comissão no dia 20 de junho.

“Uma parcela do agronegócio ainda vai para o céu, porque eles estão se dando conta que eles podem ganhar dinheiro, podem aumentar produtividade com outras práticas”, afirmou. “Agora, aquele agronegócio burro, que só pensa em lucro fácil, esse está com os dias contados“.

Para Stédile, uma ala do setor – representada pelo ministro Carlos Fávaro, da Agricultura – tem consciência de limites e está “migrando para uma outra agricultura, chamada de maneira mais simpática de agricultura regenerativa”.

“A outra parcela do agronegócio que insiste em só ganhar dinheiro é a Aprosoja [Associação Brasileira dos Produtores de Soja], que só pensa em ganhar dinheiro e não tem responsabilidade com o meio ambiente”, pontuou o líder do MST.

Durante o depoimento, o sindicalista criticou o agronegócio brasileiro não distribui suas riquezas de forma igualitária à população.

“No Mato Grosso, que é o paraíso do agronegócio, se a riqueza fosse distribuída para toda a população, haveria uma renda de R$ 54 mil por pessoa. Mas para onde vai a riqueza? Vai para a multinacional e para o banco”, acrescentou.

Em entrevista a CartaCapital, o sindicalista manifestou interesse em dialogar com esse setor mais simpático às práticas de sustentabilidade no campo.

“Felizmente, o agronegócio está dividido. Então, temos diálogo com esse setor e esperamos que ele evoluam ainda mais para nos ajudar a pensar na agricultura do futuro”, afirmou.

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