Política

Alckmin é alvo de ação por caixa dois em campanha de 2014

O Ministério Público de São Paulo pede perda de eventual função pública do tucano e suspensão de direitos políticos

O tucano é alvo do MP de São Paulo, que também mira Fernando Haddad
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Após mover denúncias contra o ex-prefeito Fernando Haddad, candidato virtual à Presidência pelo PT, o Ministério Público de São Paulo agora ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB.

A ação é relativa a um suposto pagamento irregular de 10 milhões de reais da Odebrecht via caixa dois para financiar sua campanha em 2014.

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O MP pede que Alckmin seja condenado à perda dos valores ilícitos, perda de eventual função pública que ocupe e suspensão de direitos políticos. Segundo o promotor Ricardo Manuel Castro, o tesoureiro da campanha de Alckmin, Marcos Monteiro, ex-secretário de Planejamento do tucano, agendou uma reunião com executivos da Odebrecht na sede da empreiteira para pedir doações não declaradas à Justiça Eleitoral.

Segundo as investigações, a entrega dos recursos em dinheiro vivo teria sido feita em nove parcelas, pagas entre 30 de abril e 31 de outubro de 2014, quando o tucano era candidato à reeleição ao governo de São Paulo.

O valor de cada remessa, diz a acusação, variava entre 300 mil reais e 1,5 milhão. Com a correção do valor conforme a inflação, os investigadores afirmam que a quantia soma 9,9 milhões de reais.

O advogado do tucano, José Eduardo Alckmin, afirma que os fatos apurados são “insubsientes”. “A continuar nessa linha, se o próprio Ministério Público não se convencer, se poderá eventualmente levar o caso à Justiça para verificar se é legal continuar com a investigação.”

Além de ser alvo do Ministério Público de São Paulo, Alckmin prestou depoimento recente à Procuradoria-Geral da República sobre outro pagamento de caixa dois, referente à campanha de 2010.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o tucano confirmou ter se encontrado com Aluizo Araújo, então integrante do Conselho de Administração da Odebrecht, e Carlos Armando Paschoal, à época diretor-superintendente da empreiteira. Em delação homologada em 2017, Paschoal afirmou que foi acertada uma doação irregular de 2 milhões de reais no encontro.

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