Alesp suspende por seis meses o deputado que assediou Isa Penna

A decisão da assembleia foi unânime; para a deputada do PSOL, trata-se de 'um momento histórico no Parlamento paulista'

Foto: Reprodução/Alesp

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A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira 1, a resolução que leva à suspensão por 180 dias do mandato do deputado Fernando Cury (Cidadania), que assediou a deputada Isa Penna no plenário.

Trata-se de uma suspensão inédita, atingida após um consenso entre os líderes partidários. Como havia acordo, foram registrados 86 votos a favor da suspensão e nenhum contra. Também não houve abstenção.

 

 

Além do julgamento na Alesp, Cury enfrenta um processo interno no Cidadania. Em janeiro, o Conselho de Ética da sigla emitiu um relatório pedindo a expulsão do parlamentar. A defesa de Cury, no entanto, foi à Justiça para questionar a competência do Conselho para analisar o caso, o que resultou na suspensão do processo.


Há ainda uma investigação sendo conduzida pelo Ministério Público de São Paulo. O parlamentar também tentou suspender o processo, mas o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido e manteve a investigação sobre o assédio.

Em 17 de dezembro do ano passado, durante sessão em que os deputados analisavam o orçamento do estado, Cury passou a mão no seio de Isa Penna, ato registrado pelas câmeras da Alesp.

Com a suspensão do mandato e do gabinete de Cury, assume o suplente, que poderá formar sua própria equipe. Padre Afonso (PV) deve ocupar o lugar do parlamentar suspenso.

Em nota, Isa Penna celebrou a decisão da Alesp e classificou o desfecho do caso como “um momento histórico dentro da história do Parlamento paulista”.

“Foram 86 votos a zero pela punição e e suspensão de mandato do deputado Fernando Cury. Lutamos pela cassação desde o primeiro momento, mas o Conselho de Ética tinha decidido apenas pelo afastamento de 119 dias. Porém, com popular das mulheres, da popular, da sociedade civil, além de artistas, juristas, e outras deputadas e deputados de Alesp, foi possível construir uma pena maior, mais dura, e com o Plenário sendo soberano. Minha equipe também foi fundamental nesse processo que se estendeu de dezembro até agora. Deixamos um recado para a sociedade: a Alesp não aceitará assédio, nós mulheres não iremos aceitar assédio, seja ele moral, sexual ou psicológico! Estaremos lado a lado com todas as mulheres”, diz ainda o texto.

 

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