Alessandro Vieira apresenta relatório paralelo e pede indiciamento de Bolsonaro

Entre as acusações estão crime de responsabilidade e contra a humanidade, epidemia, infração de medida sanitária preventiva e charlatanismo

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Foto: Pedro França/Agência Senado

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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou nesta sexta-feira 15 um relatório paralelo ao de Renan Calheiros (MDB-AL) em que sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e mais 17 pessoas pela CPI da Covid.

Para o parlamentar, a conduta do ex-capitão durante a pandemia configura crime de responsabilidade, epidemia, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime e crime contra a humanidade. Vieira excluiu o crime de prevaricação e sugeriu que novas investigações sejam realizadas para comprová-lo.

 

 

No texto, o senador ainda sugere o indiciamento de nomes como o do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, do ministro da Economia, Paulo Guedes, do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida e do ex-Ministro da Saúde Eduardo Pazuello.


Vieira ainda cita o ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, o ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações Heitor Freire de Abreu, a secretária de Gestão, do Trabalho e de Educação na Saúde Mayra Correia Pinheiro, o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, o ex-secretário Especial de Comunicação Social Fábio Wajngarten, Pedro Batista e Fernando Parillo, representantes da Prevent Senior, além do virologista Paolo Zanotto,  do médico coordenador da pesquisa Androcov, Flávio Cadegiani, e do deputado federal Osmar Terra.

“A estratégia do governo Bolsonaro pode ser resumida em: minimização da gravidade da pandemia, criação de uma falsa dicotomia entre saúde e economia, ações deliberadas para descredibilizar governadores, prefeitos e instituições, disseminação de notícias falsas, comportamento inadequado de líderes públicos, promoção deliberada de medicamentos sem eficiência comprovada e descaso com os povos indígenas”, afirma o senador.

No relatório, Vieira ainda sugere o aprofundamento das investigações que envolvam o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, o ex-secretário-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Anvisa José Ricardo Santana, o advogado Marconny Albernaz, o assessor do Ministério da Saúde, Marcelo Pires, o ex-coordenador de Logística do Ministério da Saúde Alex Lial, o assessor técnico do Ministério da Saúde, Thiago Fernandes, a fiscal de Contrato do Ministério da Saúde, Regina Célia, os representantes da Precisa Medicamentos Francisco Maximiano, Danilo Trento, Emanuela Medrades, Túlio Silveira, além de Dominguetti Pereira, Cristiano Carvalho e Amilton Gomes de Paula, o ministro da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, e o Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde, Paulo Rabello.

“É essencial distinguir os personagens principais deste roteiro macabro daqueles que exerceram função tangencial, ainda que de grande apelo midiático. A chave para a distinção está no poder de decisão e no alcance da atuação de cada figura. Assim, por exemplo, parlamentares, médicos e empresários que se prestaram a desinformar reiteradamente a população, em uma mistura enojante de ignorância e bajulação, merecem o desprezo eterno dos brasileiros, mas não serão apontados como personagens centrais neste documento, o que não afasta as apurações em andamento no STF e na CPMI das Fake News”, diz.

Leia o documento completo:

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