O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afastou a intenção de acabar com o dólar como base para o comércio internacional, durante entrevista à CCTV, emissora estatal da China, publicada na sexta-feira 14.
A declaração ocorreu em meio à sua visita a Xi Jinping nesta semana.
Na ocasião, Lula se referiu à afirmação que fez na quinta-feira 13, quando ele questionou “por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar”. O petista reconheceu a controvérsia da declaração.
“Os nossos amigos americanos têm sempre uma preocupação contra qualquer coisa nova que se crie, em se tratando de banco ou de moeda, porque eles acham que a gente quer acabar com o dólar como moeda referência para o comércio exterior. Foi assim quando se criou o euro na Europa. Os Estados Unidos ficaram muito ofendidos.”
Lula voltou a defender que o Brasil e a China possam negociar com base em suas próprias moedas, mas reforçou a necessidade de “tranquilidade” nas iniciativas adotadas pela parceria econômica.
“Estou convencido de que nós não temos que ter pressa de transformar o Banco dos Brics num extraordinário banco. Nós temos que trabalhar com muita tranquilidade, sem atropelos, não cometer erros, para que o Banco dos Brics seja uma referência para os países em desenvolvimento”, afirmou.
Na visita ao homólogo chinês, Lula assinou 15 acordos que envolvem cooperações tecnológicas e ambientais. O petista também presenciou a cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Banco dos Brics, instituição multilateral que oferece créditos a projetos de desenvolvimento, como alternativa ao Fundo Monetário Internacional.
Na sequência, Lula se dirigiu para uma agenda nos Emirados Árabes Unidos.
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