O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres chegou ao Brasil neste sábado 14, por volta das 7h30 da manhã, e foi preso pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Às 9h33, a Polícia Federal divulgou uma nota.
“A Polícia Federal cumpriu na manhã deste sábado (14/1) mandado de prisão preventiva, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, em desfavor do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele, que é policial federal, foi preso ao desembarcar no Aeroporto de Brasília e encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça. As investigações seguem em sigilo.”
Torres está no 4º Batalhão da Polícia Militar, em Brasília, provisoriamente.
A ordem de prisão foi publicada na última terça 10, dois dias depois de bolsonaristas praticarem atos de terrorismo em Brasília. Horas depois de divulgada a decisão, Torres, que estava em viagem nos Estados Unidos, disse que interromperia as férias e voltaria a Brasília.
Na manhã da última quarta, a queda de um dos sistemas de controle aéreo dos Estados Unidos cancelou temporariamente todos os voos saindo dos aeroportos do país. Nas horas seguintes, as operações foram gradativamente retomadas, mas o problema foi usado como justificativa para Torres postergar o retorno.
A decisão de Moraes foi chancelada pelo plenário do STF. O documento menciona “descaso e conivência” de Torres “com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal”.
O comportamento de Torres, afirmou Moraes, “só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha”. O emedebista foi afastado do cargo por 90 dias ainda na noite do domingo 8, também por decisão de Moraes, confirmada pelo plenário.
Na mesma ordem contra Torres, o magistrado determinou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira, que estava no cargo no domingo.
“Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar”, diz o despacho do ministro do STF. “Os comportamentos de Anderson Torres e Fábio Vieira são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do Presidente da República, dos Deputados Federais e Senadores e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.”
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login