Após denunciar governo, servidor diz que foi bloqueado em sistema

No sistema estão todos os documentos, contratos e outras informações internas do Ministério da Saúde

O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, em depoimento à CPI da Covid. Foto: Pedro França/Agência Senado

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O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, diz ter sido bloqueado no sistema interno do Ministério da Saúde. A denúncia foi feita neste domingo 27 pelo irmão do servidor, deputado Luis Miranda (DEM-DF).

O parlamentar usou as redes sociais para mostrar nova conversa com o irmão, em que ele relata ter sido bloqueado no sistema interno no Ministério da Saúde. O deputado acusa o governo de perseguição.

“Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do Ministério da Saúde. Vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder”, destacou o deputado na postagem.

Na imagem divulgada é possível ver a tela de acesso ao sistema com a mensagem ‘Usuário não possui permissões nesse sistema’. Na conversa o servidor diz: “Me bloquearam no SEI”.

O SEI é o sistema interno administrativo utilizado pelo governo, é nele que estão todos os processos administrativos, documentação, contratos, normas e outros arquivos de rotina dos servidores.

O governo ainda não se posicionou publicamente sobre o possível bloqueio ao servidor.

 

Os irmãos Miranda

O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), são os responsáveis pelas denúncias de corrupção e irregularidades no contrato de compra da Covaxin.

Em depoimento à CPI da Covid nesta sexta-feira 25, os irmãos relataram não apenas detalhes da denúncia que teriam feito a Bolsonaro, mas também indicaram o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) como o articulador das irregularidades.

Barros é líder do governo na Câmara e seu nome como articulador do esquema teria sido apontado pelo próprio Jair Bolsonaro. O presidente teria dito que as denúncias eram ‘rolo’ de Barros.

Segundo os irmãos, ao receber as denúncias, o presidente prometeu levar o caso à Polícia Federal, o que não cumpriu.

Na avaliação da CPI, Bolsonaro prevaricou. Uma notícia-crime contra Bolsonaro pode ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias pelos integrantes da comissão.

O caso Covaxin ainda é cercado de outras suspeitas. Corrupção, sobrepreço, desvios de dinheiro e uso de empresas de fachada são apenas algumas das possíveis irregularidades que estão sendo investigadas.

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