As considerações finais de Lula, Bolsonaro e Ciro no debate da Band

O petista destacou realizações do PT na economia, enquanto o ex-capitão repetiu clichês sobre países da América Latina

Foto: Reprodução/TV Band

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Os candidatos à Presidência da República participaram, neste domingo 28, do primeiro debate sobre as eleições de 2022, nos estúdios da TV Band, em São Paulo.

O encontro aconteceu em um formato conhecido como pool, uma parceria entre diversos veículos de comunicação. Neste caso, além da Band, participaram TV CulturaUOL e Folha de S. Paulo.

No encerramento do programa, o primeiro a apresentar suas considerações finais foi Ciro Gomes (PDT). Ele afirmou lutar “contra um modelo econômico, que é o mesmo há 25, 30 anos” e “que montou uma máquina perversa de transferir renda de quem produz e trabalha para o setor financeiro”.

“É uma coisa absurda. Nos últimos 12 meses, o Brasil pagou 500 bilhões de reais de juros. Tudo o que se gastou em saúde, educação e segurança não chega a 300 bilhões”, declarou o pedetista. “Peço uma oportunidade também para mudar o modelo de governança do Brasil. A corrupção é uma prostração moral que todos eles fizeram, um modelo de governança política em que há a ideia de que você só vai governar tendo sustentação no Congresso se transformar a Presidência em testa-de-ferro da roubalheira.”

Lula (PT) foi o segundo. Ele abriu sua última participação no debate demonstrando solidariedade à candidata do MDB, Simone Tebet, e à jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, vítimas de ataques de Jair Bolsonaro (PL). Também exaltou a escolha de Geraldo Alckmin (PSB) como seu vice.

“Eu fui procurar um companheiro com a experiência de 16 anos no governo de São Paulo para me ajudar a governar este País. Sei o que fiz, sei o que vou fazer e por isso não entro no campo da promessa fácil”, afirmou o ex-presidente. “O meu amigo Ciro se esquece de dizer que quando eu cheguei à Presidência os juros estavam em 26% e eu deixei com 10%; se esquece de dizer que a inflação estava com 12% e nós deixamos com 5%; se esquece de dizer que o desemprego era 12% e deixamos com 22 milhões de empregos. Tive o prazer de indicar a primeira mulher candidata à Presidência da República.”


Lula defendeu o primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), criticou Eduardo Cunha e Aécio Neves e destacou as consequências do golpe de 2016.

Bolsonaro, por sua vez, repetiu clichês como “Pátria, família e liberdade” e, como de praxe, decidiu atacar Lula, o líder das pesquisas de intenção de voto.

“Desculpem os demais candidatos, mas está polarizada a eleição”, prosseguiu o ex-capitão. Ele citou países como Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia, como se houvesse alguma relação direta entre eles e um eventual novo governo de Lula.

“O que vai acontecer com o Brasil se esse ex-presidiário voltar à cena do crime com Geraldo Alckmin? É a união de tudo o que não presta no Brasil”, finalizou Bolsonaro.

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