Assassinato em MT: Lula cobra investigação ‘para ver se tem ordem e se é estratégia de política’

No Rio de Janeiro, o ex-presidente condenou a violência política: 'Queremos uma campanha de paz'

Foto: Andre Borges/AFP

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O ex-presidente Lula (PT) reagiu nesta sexta-feira 9 ao assassinato de um apoiador de sua candidatura por um bolsonarista em Mato Grosso, após uma discussão política.

Rafael de Oliveira, defensor de Jair Bolsonaro (PL), matou Benedito Cardoso dos Santos em Confresa, a 1.160 quilômetros de Cuiabá, entre a noite da quarta 7 e a madrugada da quinta 8.

O autor do crime passou por uma audiência de custódia e a Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva. Segundo a polícia, Rafael confessou ter matado a facadas o colega de trabalho. Ele ainda tentou decapitar a vítima e filmou o corpo após o crime.

“Não é a primeira campanha de que a gente participa, e nunca teve violência. Nossa orientação é: após o comício, vão para casa. Não temos a cultura da violência, da ignorância política, da antidemocracia. Isso aconteceu agora, em 2018 e neste ano, e não é da nossa parte”, afirmou Lula em entrevista coletiva na cidade do Rio de Janeiro.

O petista classificou o fato como “gravíssimo” e pediu que polícia e Justiça Eleitoral analisem o episódio com atenção, “para ver se isso tem ordem, se tem orientação, se é estratégia de política”. A violência política, no entanto, não deve impactar sua campanha, segundo Lula.

“Vamos continuar falando o que falamos, fazendo o que fazemos, fazendo nossos comícios, sem nenhuma preocupação. Queremos uma campanha de paz. O que nos interessa é que no dia 2 [de outubro] a gente tenha o resultado da eleição. E que estejam todos os brasileiros vivos.”


Mais cedo, o ex-presidente publicou nas redes sociais uma mensagem de pesar pela morte de um de seus apoiadores no Mato Grosso: “É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”.

Pela manhã, Lula iniciou um novo capítulo de sua campanha, com foco em atrair eleitores evangélicos. Em encontro com dezenas de lideranças do segmento, realizado em São Gonçalo (RJ), o petista também deixou claro o seu desejo de vencer o pleito no primeiro turno. Ele esteve ao lado, entre outros, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do candidato do PSB ao governo fluminense, Marcelo Freixo (PSB).

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