Política

Atlas aponta ampla rejeição popular à equiparação de aborto pós-estupro a homicídio; veja os números

Dos entrevistados, 92,1% disseram ter conhecimento do PL 1904/2024, em tramitação na Câmara

Manifestação contra PL que equipara aborto a homicídio. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Uma pesquisa AtlasIntel/CNN divulgada no sábado 22 aponta que para 70,8% dos brasileiros uma mulher que passou por aborto após a 22ª semana de gestação em caso de estupro não deve responder por homicídio.

Do total, 39,9% responderam que não deve haver a equiparação do aborto ao homicídio em casos de estupro ou de risco à vida da gestante. Para outros 30,9%, as práticas não devem ser equiparadas em qualquer circunstância.

Por outro lado, 29,1% entendem que uma mulher que aborta após a 22ª semana deve responder por homicídio mesmo se ela for vítima de estupro ou correr risco de morte.

Dos entrevistados, 92,1% disseram ter conhecimento do PL 1904/2024, em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta equivale ao crime de homicídio o aborto depois de 22 semanas em casos de estupro.

Na prática, o PL prevê que a pena para a mulher que interromper a gravidez seja mais dura que aquela a ser imposta ao homem que a estuprou.

Na semana passada, a partir de uma manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados aprovaram a tramitação da matéria em regime de urgência. Com isso, ela poderia ir direto ao plenário, sem passar por comissões.

Após uma ampla reação popular contra o PL, no entanto, Lira pisou no freio e anunciou, na última terça 18, a criação de uma “comissão representativa” para debater o tema no segundo semestre. Ou seja, ele não descartou o projeto, mas atrasou a tramitação.

O AtlasIntel ouviu 2.690 brasileiros entre 17 e 19 de junho de 2024, por meio da metodologia ARD, em que os entrevistados são recrutados de forma orgânica durante a navegação na internet. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.

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