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Bolsonaristas mantêm protesto em Brasília contra posse de Lula

Membros do governo do Distrito Federal encarregados da desocupação de áreas públicas foram até o acampamento para tentar desmontá-lo, mas precisaram recuar frente à ameaça dos manifestantes

Manifestantes bolsonaristas protestam ilegalmente contra o resultado das urnas. Foto: Anderson Coelho / AFP
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Centenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro permaneciam, nesta quinta-feira 29, em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, exigindo intervenção militar para impedir a volta ao poder do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo 1º.

“Bolsonaro, acione as Forças Armadas contra a fraude eleitoral”, dizia um dos cartazes exibidos pelos manifestantes ao lado das barracas onde estão acampados desde 30 de outubro, inconformados com a derrota do presidente nas urnas.

Vestidos com roupas verdes e amarelas, os manifestantes foram hostis com a imprensa, constatou uma equipe da AFP, que foi expulsa do local aos gritos de “Aqui não!”.

Desde que perdeu a eleição por uma estreita margem – 50,9% contra 49,1% -, Bolsonaro tem limitado suas aparições públicas e se mantido praticamente em silêncio.

A três dias da posse, em Brasília, Bolsonaro não confirmou se entregará a faixa presidencial a Lula, e segundo informações divulgadas pela imprensa, ele deve se ausentar da cerimônia, viajando ao exterior para passar o Ano Novo.

A quantidade de apoiadores que permanecem mobilizados em frente ao QG do Exército na capital tem diminuído gradativamente nas últimas semanas, constatou um fotógrafo da AFP.

Na manhã desta quinta, membros do governo do Distrito Federal encarregados da desocupação de áreas públicas foram até o acampamento para tentar desmontá-lo, mas precisaram recuar frente à ameaça dos manifestantes, que chegaram a cercar e chutar seus veículos, segundo imagens divulgadas pelo portal UOL.

Ao mesmo tempo, a Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta uma operação para capturar os suspeitos de participar dos atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro, quando um grupo de bolsonaristas ateou fogo em carros e ônibus e entrou em confronto com a polícia, em protesto contra a prisão de um companheiro.

No âmbito desta operação, a PF deteve quatro pessoas e procurava outras sete, de acordo com um delegado desta força, durante coletiva de imprensa nesta quinta.

Segundo ele, vários indivíduos procurados também são suspeitos de terem participado da tentativa de explosão de uma bomba perto do aeroporto de Brasília, às vésperas do Natal.

Estes incidentes levaram ao reforço da segurança para a cerimônia de posse de Lula, em 1º de janeiro, quando Brasília mobilizará “100%” de suas forças policiais, o que pode envolver até 8.000 agentes, de acordo com as autoridades.

Lula, de 77 anos, chegará à Presidência pela terceira vez, após seus dois mandatos anteriores (2003-2010).

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