Política

Bolsonaro chama de ‘desabafo’ mensagens golpistas trocadas por empresários

O ex-presidente concedeu a declaração no dia em que a Polícia Federal o intimou a prestar depoimento

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “desabafo” a troca de mensagens de cunho golpista entre empresários no WhatsApp e disse ter “vergonha” de comentar a investigação. As declarações foram concedidas à Jovem Pan nesta terça-feira 22, horas depois de a Polícia Federal intimar o ex-capitão a prestar depoimento no caso.

Quem falou que preferiria um golpe, foi um desabafo. O cara desabafou lá no grupo e qual o problema?”, questionou. “Nunca participei desse grupo, trocava informações. Não fui eu que escrevi, se for isso que estou pensando.”

A investigação sobre a troca de mensagens foi prorrogada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Permanecem na mira da apuração os empresários Luciano Hang, dono da Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa. O magistrado arquivou o inquérito contra outros seis empresários bolsonaristas.

No caso de Nigri, segundo um relatório da PF, “ficou robustecido existir uma relação entre a família do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro o empresário”.

Um arquivo anexado à investigação mostra uma troca de mensagens entre Bolsonaro e Nigri na qual o então presidente fazia acusações e atribuía ao ministro do STF Luis Roberto Barroso uma “interferência” para derrubar a PEC do Voto Impresso no Congresso Nacional. Flertava, ainda, com alegações infundadas de suposta fraude na eleição.

“Repasse ao máximo”, dizia, em caixa alta, a ordem de Bolsonaro para Nigri. O empresário, então, respondeu: “Já repassei para vários grupos!”.

Quanto a Luciano Hang, o relatório da PF diz ser preciso extrair e analisar o material apreendido em seu celular, uma vez que o dono da Havan não teria fornecido as senhas. A perícia técnica ainda trabalha na identificação das chaves para acessar o aparelho.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo