Política

Bolsonaro confirma mensagem enviada a Moro e classifica como ‘fofoca’

As mensagens foram apresentadas por Moro para justificar sua acusação de que Bolsonaro estaria fazendo uma interferência política na PF

Presidente na saída do Palácio da Alvorada. Foto: Reprodução.
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, na manhã desta segunda-feira 04, que as mensagens apresentadas como provas pelo ex-ministro Sérgio Moro são verdadeiras, mas classificou a divulgação feita como fofoca. “Tem aqui um print do Antagonista. Ta escrito embaixo ‘mais um motivo para troca’. Realmente eu escrevi isso e to dizendo que isso é fofoca, ta legal?”, disse o capitão na saída do Palácio do Planalto.

As mensagens foram apresentadas por Moro para justificar sua acusação de que Bolsonaro estaria fazendo uma interferência política na Polícia Federal. O ex-integrante da pasta mostrou os prints das conversas à impressa e neste final de semana entregou para a PF investigar.

 

Na conversa, Bolsonaro demonstra que quer trocar o ex-diretor-chefe da PF,  Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. O presidente não vinha gostando das investigações que estavam sendo feita com pessoas de sua família e seguidores.

Print de conversa entre Moro e Jair Bolsonaro. Foto: divulgação

O depoimento de Moro à Polícia Federal na sede, em Curitiba, durou cerca de oito horas. A oitiva foi marcada depois que o ministro Celso de Mello deu cinco dias de prazo para a corporação ouvi-lo.

No dia 30, em entrevista concedida à revista Veja, Moro voltou a afirmar que apresentaria provas contra Bolsonaro no STF e que não iria admitir ser chamado de mentiroso. “Embora eu tenha um grande respeito pelo presidente, não posso admitir que ele me chame de mentiroso publicamente. Ele sabe quem está falando a verdade. Não só ele. Existem ministros dentro do governo que conhecem toda a situação e sabem quem está falando a verdade”, disse.

Ele ainda emendou que sua intenção nunca tinha sido a de prejudicar o governo. “Nunca foi minha intenção ser algoz do presidente ou prejudicar o governo. Na verdade, lamentei extremamente o fato de ter de adotar essa posição. O que eu fiz e entendi que era minha obrigação foi sair do governo e explicar por que estava saindo. Essa é a verdade”, declarou ao veículo.

Nos últimos dias, Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem, amigo de sua família, para a direção-geral da PF, no lugar de Maurício Valeixo. A posse, porém, foi barrada por decisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que citou as acusações feitas por Moro ao sair do governo. Há diversas investigações da PF de interesse de aliados e dos filhos do presidente.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo