Bolsonaro elogia militares da Ditadura e brada: “Esquerda nunca mais”

O ditador paraguaio Alfredo Stroessner também foi lembrado durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Itaipu Binacional

Enquanto se recusa a participar de debates, Bolsonaro se aproveita do espaço privilegiado em desacordo com a legislação

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Ao discursar durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Itaipu Binacional, na manhã desta terça-feira 26, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) saudou os presidentes que governaram o país durante a Ditadura Militar (1964-1985) e o ditador que comandou o Paraguai de 1954 a 1989, Alfredo Stroessner.

O encontro, que aconteceu em Foz do Iguaçu (PR) e oficializou o general Joaquim Silva e Luna na diretoria da hidrelétrica, também contou com a presença do atual presidente paraguaio Mario Abdo Benítez, conservador do Partido Colorado e lembrado por Bolsonaro por ser, assim como ele, “paraquedista militar”.

Os militares da Ditadura foram lembrados pelo presidente brasileiro pelo fato de a construção da Hidrelétrica de Itaipu ter ocorrido durante o período militarizado. Bolsonaro citou o marechal Castello Branco, primeiro ditador do regime de 1964 e um dos articuladores do regime, dizendo que a chegada ao poder se deu “à luz da Constituição vigente naquele momento”.

Defendeu a “grandiosidade da obra”, que fez parte dos governos de Costa e Silva e Médici, e que “realmente saiu do papel e se tornou realidade” durante o governo de Ernesto Geisel. Aproveitou e elogiou o general João Figueiredo como “saudoso e querido”.

A usina hidrelétrica de Itaipu foi inaugurada em 5 de maio de 1984, durante o governo do general João Figueiredo.

Apó a homenagem aos ditadores, Bolsonaro citou o versículo bíblico João 8:32: “E conhecerais a verdade e a verdade vos libertará”. E gritou: “Esquerda nunca mais.”


A batalha pela Reforma

Durante seu discurso, o presidente pediu “patriotismo” por parte dos parlamentares para que a Reforma da Previdência, encaminhada ao Congresso Nacional na quarta 20, seja aprovada. “Caso contrário, economicamente o Brasil é um país fadado ao insucesso”, resumiu.

A proposta precisa ser aprovada por pelo menos 308 dos 513 dos deputados e por 49 dos 81 senadores. Antes da votação, precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisará se o texto fere algum princípio constitucional.

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