Bolsonaro entrega direção de órgão federal que atua contra as secas ao Centrão

O presidente vem se aproximando do grupo com a intenção de ganhar apoio no Congresso e se defender de um eventual pedido de impeachment

Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega / PR)

Apoie Siga-nos no

O governo federal publicou uma portaria na terça feira 5 alterando o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). José Rosilonio Magalhães de Araujo foi exonerado para dar lugar a Fernando Marcondes de Araujo Leão, um nome indicado pelo Centrão, grupo da Câmara que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita.

A substituição foi publicada no Diário Oficial da União, com a assinatura do ministro chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto.

Filiado ao Avante, o novo diretor ocupa hoje o cargo de gerente-geral do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) em Pernambuco.

O DNOCS, vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Regional, atua na região Nordeste e no norte de Minas Gerais em ações relacionadas, por exemplo, à construção de açudes e reservatórios, perfuração de poços e irrigação.

A negociação com o Centrão faz parte da estratégia do presidente Jair Bolsonaro para ganhar apoio no Congresso, ganhar apoio e afastar um possível pedido de impeachment. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Bolsonaro estaria ameaçando ministros que não topem ceder cargos de segundo e terceiro escalão ao grupo.


Segundo parlamentares, o presidente vem deixando claro a sua intenção em reuniões com os ministérios e afirmando que não aceitará recusas, já que é de sua prerrogativa fazer nomeações no governo.

Para evitar um eventual pedido de impeachment, Bolsonaro precisa ter ao seu lado pelo menos 172 dos 513 deputados federais.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.