Política

Bolsonaro retira indicação de Crivella para embaixada da África do Sul

Bispo da Universal e ex-prefeito do Rio de Janeiro não foi aprovado pelo governo africano para ocupar o cargo

Créditos: EBC Créditos: EBC
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro retirou oficialmente a indicação de Marcelo Crivella, bispo da Igreja Universal e ex-prefeito do Rio de Janeiro, para ocupar o cargo de embaixador da África do Sul. A informação é do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira 29.

A indicação de Crivella aguardava a aprovação do governo sul africano há mais de seis meses, mas foi completamente ignorada pelo governo local.

A indicação do bispo ao cargo era mais uma tentativa do governo federal de resolver os problemas que a igreja de Edir Macedo enfrenta no continente. Em outra ação em favor do religioso, Bolsonaro enviou o vice-presidente Hamilton Mourão à Angola para interceder pela igreja. A ida do general custou 1 milhão de reais aos cofres públicos.

A tentativa de Bolsonaro era dar mais espaço ao grupo de Edir Macedo no continente para que ele pudesse ter trânsito garantido para resolver os problemas que sua igreja enfrenta na região. Em Angola, a Universal e a TV Record foram expulsas do país com o aval da Justiça depois de denúncias de racismo, perseguição, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Em outra cartada por Crivella, Bolsonaro teria ligado para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, para pedir a aprovação do religioso. A tentativa, no entanto, não surtiu efeitos.

O governo Bolsonaro ainda não indicou um substituto para Crivella, apenas informou, via Itamaraty, que desistiu do bispo. O atual embaixador da África do Sul, Sérgio Danese, foi indicado para comandar a missão diplomática no Peru.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo