Política

Boulos fala em “explosão de ocupações” com corte no Minha Casa Minha Vida

‘É uma política irresponsável de Paulo Guedes e Bolsonaro, que jogam a conta da crise nas costas dos mais pobres’, diz coordenador do MTST

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O coordenador do MTST e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, criticou a decisão do governo Bolsonaro de atribuir ao programa Minha Casa Minha Vida o menor orçamento da história.

“Com o orçamento previsto para o ano que vem não dá sequer para pagar as obras em andamento, quanto mais para iniciar novas obras. E isso num momento em que o déficit habitacional, o número de pessoas precisando de moradia também é o maior da década, 7 milhões e 700 mil famílias, mais de 30 milhões de pessoas, segundo a Fundação Getúlio Vargas em dados publicados esse ano”, declarou Boulos rebatendo a narrativa governamental de que embora não vá contratar novas obras, vai manter a execução das iniciadas.

O Minha Casa Minha Vida desponta como o programa social que mais vai sofrer cortes no orçamento do ano que vem, juntamente com o Bolsa Família, Fies, investimento na educação básica e pagamento de abono salarial. No orçamento previsto para 2020, o programa terá uma expressiva redução orçamentária: de 4,6 bilhões em 2019 para 2,7 bilhões.

“Nós temos uma quantidade enorme de pessoas precisando de casa e, nesse momento, o poder público liquida os investimentos em moradia popular. É uma política irresponsável de Paulo Guedes e Bolsonaro, que jogam a conta da crise nas costas dos mais pobres”, afirma Boulos, que prevê uma explosão de ocupações urbanas no Brasil como consequência.

“As pessoas não ocupam porque querem, mas por falta de alternativa. Se o desemprego está em alta, as pessoas não conseguem pagar aluguel no final do mês e o poder público não dá respostas para isso, pelo contrário, faz o menor investimento da história recente, o resultado vai ser as pessoas buscarem suas próprias alternativas com ocupações. É isso que o governo Bolsonaro está produzindo, queira ele ou não, com essa política criminosa e inconsequente. Cortar investimento de casa, em um momento de crise profunda, de ampla necessidade social, é brincar com fogo”, alerta.

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