‘Cabe ao STF julgar os ataques de Moro contra a Corte e seus ministros’, diz advogado de Lula

À Jovem Pan, Moro declarou que, ao anular condenações da Lava Jato, o Supremo manda 'uma mensagem para a sociedade de que o crime compensa'

Lula e Sergio Moro. Fotos: Ricardo Stuckert e Nelson Almeida/AFP

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O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, repudiou nesta segunda-feira 14 a nova ofensiva do ex-juiz Sergio Moro, hoje presidenciável pelo Podemos, contra o petista. Zanin declarou, a CartaCapital, que os ataques têm de ser analisados pelo Supremo Tribunal Federal.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan nesta tarde, Moro disse que o STF “anulou condenações da Lava Jato por motivos que ninguém entende” e que “ninguém nunca falou que o Lula é inocente, até porque a gente sabe o que foi o governo do PT em escândalos de corrupção”.

“Quando ele [STF] vem e anula essas condenações por motivos formais, sem entrar no mérito, sem ninguém entender os motivos… Ele merece crítica, está mandando uma mensagem para a sociedade de que o crime compensa”, emendou o ex-magistrado da Lava Jato.

Para Zanin, o STF “já decidiu de forma definitiva sobre o assunto”.

“Por essa razão, cabe ao próprio STF analisar os ataques que Sergio Moro vem promovendo contra a Corte e seus membros.”

Em abril de 2021, por oito votos a três, a Corte referendou a decisão do ministro Edson Fachin de anular todas as condenações de Lula na Lava Jato e declarar a incompetência da Justiça Federal em Curitiba. Em junho, por sete votos a quatro, o STF confirmou a suspeição de Moro no caso do triplex do Guarujá. Um dia depois, o ministro Gilmar Mendes estendeu a suspeição a outros processos.


Em janeiro deste ano, a Justiça Federal do Distrito Federal acolheu o pedido do Ministério Público Federal e determinou o arquivamento da ação penal contra Lula relacionada ao triplex.

A juíza Pollyana Kelly Martins Alves reconheceu a prescrição da pretensão punitiva por parte do Estado, já que todos os atos praticados pelo então juiz Moro foram anulados pelo Supremo.

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1 comentário

Paulo Roberto Isaías 15 de fevereiro de 2022 10h48
Tem de haver como processar, cível ou criminalmente, esse ex-juiz, ex-ministro, ex-criminosamente e indevidamente, chefe de investigação. Ele sempre esteve a serviço de terceiros para impedir, como impediu, que fosse eleito um presidente da República de posicionamento político diferente dos ricos. Não sendo processado, ficará evidente que não agiu sozinho e que teve como parceiros importantes parte dos Desembargadores do TRF 4 e parte dos Ministros do STJ e STF.

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