A Câmara Municipal de São Paulo decidiu cassar nesta terça-feira 19 o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por quebra de decoro parlamentar. O placar foi de 47 votos pela perda do mandato e 5 abstenções. Nenhum vereador votou contra a punição.
A cassação acontece quase um ano e cinco meses após o vazamento de um áudio no qual Cristófaro proferiu afirmações racistas. A declaração do político foi concedida durante uma sessão destinada a ouvir a ex-CEO da Uber Claudia Woods e o sócio da empresa de motofrete THL Thiago Henrique Lima.
Cristófaro não estava presente no plenário, mas participava da audiência por videoconferência. Quando seu microfone ainda estava aberto, ele disse: “Não lavar a calçada…É coisa de preto, né?”. A frase foi ouvida por todos os presentes.
O vereador admitiu que a voz é dele e deu duas versões diferentes em sua defesa. Primeiro, disse que falava sobre carros. Depois, que se dirigia a um amigo.
Relator do caso, o vereador Marlon Luz (MDB) deu parecer favorável à cassação, por avaliar que houve quebra de decoro.
A sessão de votação foi acompanhada por manifestantes, que protestavam em frente à Câmara. Por diversas vezes, a audiência precisou ser interrompida, em meio aos gritos de protesto.
A Câmara também reforçou o policiamento para evitar confronto entre aqueles que defendiam a cassação e os que se manifestavam pela manutenção do mandato de Cristófaro.
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