Câmara de São Paulo cita ‘preocupações de Israel’ e suspende seminário sobre a Palestina

Responsável pela audiência, a vereadora do PT Luna Zarattinni classifica a decisão como um 'absurdo'

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite. Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara

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A Câmara Municipal de São Paulo suspendeu a realização de um seminário proposto pela vereadora do PT Luna Zarattini para discutir a situação da Palestina, previsto para a noite desta terça-feira 25.

O adiamento consta de um ofício assinado pelo presidente da Casa, Milton Leite (União), e enviado ao gabinete da petista horas antes do evento. Nas redes sociais, Luna classificou a medida como um “absurdo”.

“Por que censurar um debate sobre uma questão humanitária urgente e de importância mundial? Precisamos debater os caminhos para o cessar-fogo imediato, em busca da paz e pelo fim de qualquer genocídio. A Câmara Municipal que se diz ‘a casa do povo’ deveria ser um espaço democrático”, escreveu a vereadora.

No documento, Leite argumenta que a ordem se baseia no Regimento Interno da Câmara e menciona “preocupações expressas” pelo Consulado-Geral de Israel em São Paulo como justificativa para barrar a audiência. O ofício não detalha o teor da manifestação da entidade.

Além disso, o vereador afirma ter tomado a decisão para “garantir uma análise detalhada dos aspectos relacionados ao evento, assegurando que todas as atividades promovidas nesta Casa estejam alinhadas aos princípios de respeito, diplomacia e segurança pública”.

Procurada, a Câmara Municipal afirmou não existir censura, justificou a decisão em artigos do Regimento Interno e acrescentou que a determinação valerá até a Mesa Diretora deliberar sobre o assunto.


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