Ainda falta muito tempo para as eleições de 2026, mas a inequívoca ausência de Jair Bolsonaro – tornado inelegível até 2030 – faz com que cresçam a cada dia as especulações sobre qual nome do campo bolsonarista enfrentará Lula nas urnas daqui a dois anos e meio. O próprio presidente, em discurso na semana passada, apontou como possíveis adversários de direita os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Cada um a seu modo, os quatro eventuais postulantes ao Palácio do Planalto trabalham nos bastidores de olho na possível candidatura. Entre eles, Caiado é o mais desenvolto e sua agenda, desde o início do ano, alterna compromissos em seu estado com viagens e reuniões já em ritmo de pré-campanha. “O Caiado tem se oferecido todos os dias, mas não sei se será mesmo candidato”, diz Lula.
Como freio às pretensões de Caiado, Lula aposta na divisão do União Brasil, partido claudicante no apoio ao governo no Congresso Nacional, mas que aos trancos e barrancos mantém os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo) no primeiro escalão. Já o governador de Goiás, que conta com os apoios declarados do presidente da legenda, Antonio Rueda, e do secretário-geral, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, participou em junho de reuniões com líderes partidários e parlamentares de direita no Ceará e em Santa Catarina para discutir a viabilidade de sua candidatura. “Pré-candidato de oposição não pode se dar ao luxo de esperar para começar a campanha só no ano eleitoral. Estou discutindo os temas que preocupam os brasileiros, que sofrem com o governo muito ruim de Lula.”
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