Chanceler de Lula cita volta da Venezuela ao Mercosul e prioriza reaproximação com a África

Segundo Vieira, as determinações vieram diretamente do presidente eleito como principais medidas na política externa brasileira

O novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende como prioridade na política externa a expansão do Mercosul e a reaproximação com o continente africano e demais nações da América Latina.

O chanceler explicou, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que na nova com a Venezuela, o governo brasileiro irá apoiar o retorno dos vizinhos ao Mercosul, além de continuar com os mecanismos de acolhida aos imigrantes. 

“Vamos retomar as relações, mandar rapidamente um encarregado de negócios e depois escolher um embaixador. Não tem por que não ter um embaixador na Venezuela“, disse. “Você não pode virar as costas porque o país tem um governo de orientação diferente da sua, sobretudo um país vizinho, com fronteira de 2 mil milhas na Amazônia, com um número de brasileiros, de garimpeiros”.

O apoio de entrada ao bloco se estende à Bolívia, que aguarda a decisão do Congresso local sobre o tema. Segundo o futuro chanceler, apesar das reaproximações, por enquanto não há previsão de viagens do presidente eleito aos países. 

Outro destaque apontado por Vieira é a ênfase de aproximação com o continente africano, defendida por Lula. 

“A fronteira do crescimento econômico é a África. É um continente enorme, rico, com grande massa de população”, afirma, “Temos mapeado, sabemos quais zonas atraem mais a cooperação. Vamos manter uma cooperação de nível, sempre em consulta com eles, dentro de suas necessidades e interesses, e uma cooperação soberana, de igual para igual”.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.