Política
Com Alckmin vice, Lula pode vencer ainda em 1º turno, avalia cientista político
Christian Lynch destaca ainda que a candidatura de Sergio Moro também pode contribuir para uma vitória antecipada do petista
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2021/12/Christian-Lynch.jpeg)
Para o cientista político e professor Christian Lynch, a composição de uma chapa entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é uma das melhores estratégias a ser adotada pela esquerda para derrotar Jair Bolsonaro (PL) ainda no primeiro turno. A declaração foi dada em entrevista ao programa Direto da Redação, boletim de notícias do canal de CartaCapital no Youtube nesta quarta-feira 15.
“É bom Lula fazer acenos com o centro, porque temos um problema: o fato de Bolsonaro estar na Presidência é uma ameaça à existência da democracia brasileira. Então, quanto mais for possível liquidar a fatura ainda no primeiro turno, melhor”, avalia.
“Se Lula faz esse aceno, e acho que ele vai fazer, ele pode realmente liquidar a fatura ainda no primeiro turno. ”, acrescenta o cientista político. “E a liquidação da fatura no primeiro turno destrói Bolsonaro e desmoraliza a família Bolsonaro.”
Para Lynch, uma vitória do petista no primeiro turno, além de representar uma derrota para a figura individual de do presidente, faz com que o Centrão, hoje ligado ao ex-capitão, se dissipe e passe a ter menos influência política no Brasil.
“Esses parasitas que parasitam o grande parasita, que é o Bolsonaro, vão abandoná-lo rapidamente. Seria uma vitória tão acachapante, que ela não poderia ser questionada.”
Sobre as críticas de setores da esquerda à união entre Lula e Alckmin, o professor pondera que, é preciso levar em conta que o setor está desgastado nos últimos anos e, portanto, não pode ‘subir no salto’ e se isolar.
“A gente está em uma situação mais complicada, 2022 não é 2018, mas 2022 também não é 2002 em termos de eleição”, disse. “A esquerda voltou em alguns lugares da América Latina, mas não como estava quinze anos atrás. Os governos à esquerda não estão tão à esquerda”, completou Lynch.
Lynch comentou ainda a possibilidade de Sergio Moro (Podemos) concorrer às eleições. Em sua avaliação, a esquerda pode ‘celebrar’ a candidatura do ex-ministro, pois ela irá ‘dividir a direita’ e ‘tirar votos de Bolsonaro’.
“Era para ter sido Moro o candidato em 2018, Bolsonaro é um parasita do sentimento criado pela Lava Jato naquele momento”, destacou. “Quanto mais a direita dividir votos, melhor. E é isso que Moro representa, uma disputa de votos com Bolsonaro o que pode ajudar a liquidar a fatura ainda no primeiro turno.”
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