‘Cid assumiu tudo, não colocou Bolsonaro em nada’, diz a defesa do tenente-coronel

Cezar Bitencourt sustenta que não houve acusações à 'honestidade' do ex-presidente em depoimento à PF

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Apoie Siga-nos no

O advogado Cezar Bitencourt, que atua na defesa de Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, negou ter colocado seu cliente contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito das investigações sobre o caso das joias.

Em áudio enviado à jornalista Camila Bomfim, da GloboNews, e obtido pela reportagem, Bitencourt disse que Cid assumiu toda a responsabilidade pela prática de irregularidades e isentou Bolsonaro.

“O Cid assumiu tudo. Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação de corrupção, envolvimento ou suspeita de Bolsonaro. A defesa não está jogando o Cid contra o Bolsonaro”, disse. “Isso é real, tu pode botar no ar, se quiser. Não tem nada disso, nenhuma acusação à honestidade de Bolsonaro.”

O advogado continuou:

“O dinheiro que ele pegava em dinheiro e pagava as contas do Bolsonaro, do ex-presidente, ele disse claramente, perguntei para ele: era da aposentadoria dele e daquilo que ele recebia como presidente. Esse era o dinheiro que o Cid movimentava em nome do Bolsonaro para pagar as contas dele, pessoal ou particular. Nunca se falou nada além disso.”

A reportagem não pode confirmar o conteúdo do depoimento de Cid à Polícia Federal, que está sob sigilo. O militar apresentou sua versão aos investigadores na quinta-feira 31, em uma oitiva que durou nove horas.


Já Bolsonaro e sua esposa, Michelle, permaneceram em silêncio, sob a alegação de que o Supremo Tribunal Federal não seria o foro adequado para a apuração. O ex-assessor Marcelo Câmara e o advogado Fabio Wajngarten também se mantiveram em silêncio.

A Polícia Federal também ouviu o advogado Frederick Wassef, o ex-assessor Osmar Crivelatti e o general Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.