Cineasta de ‘O Som ao Redor’ tem um mês para devolver 2,2 mi captados

Condenação saiu no ano passado, mas só no último dia 30 teve notificação publicada no Diário Oficial

Apoie Siga-nos no

O cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho tem menos de trinta dias para devolver aos cofres públicos 2,2 milhões de reais captado para produzir o filme O Som ao Redor.

A condenação saiu em março de 2018, mas só no último dia 30 teve notificação publicada no Diário Oficial. O último dos recursos apresentados pelo cineasta foi negado em abril.

O filme lançado em 2012 faturou 31 prêmios, incluindo festivais em Nova York, Roterdã e Londres.

A Secretaria do Audiovisual, vinculada ao ex-ministério e atual Secretaria Especial da Cultura, considera que a produtora violou os limites no edital de baixo orçamento, de até 1,3 milhão de reais. O longa captou, no total 1,7 milhão. Os quase 400 mil reais além do teto estabelecido no edital do MinC vieram de um edital do Governo de Pernambuco.

Em carta divulgada pelo jornal O Globo no ano passado, o cineasta afirma que o valor excedente teria sido declarado e autorizado pela Ancine após um acordo entre a instituição e a Secretaria do Audiovisual.


Ainda cabe recurso ao TCU. Mas, caso perca em todas as instâncias, a produtora não poderá mais participar de programas de incentivo e editais vinculados ao Ministério da Cidadania, hoje responsável pela SAV.

Mendonça Filho lançou recentemente no festival de Cannes um novo filme, Bacurau. Em 2016, durante o lançamento do filme Aquarius no mesmo festival, ele e sua equipe causaram polêmica ao levantar cartazes acusando um golpe de estado em curso no Brasil.

 

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.