Ciro reforça disposição de ter Datena como vice e diz que o PT é ‘desonesto desde a raiz’

O pedetista também negou 'inflexão à direita' e afirmou ter 'vontade de reunificar a Nação brasileira'

Foto: Mário Miranda/Amcham/Divulgação

Apoie Siga-nos no

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, rebateu críticas de que teria feito uma inflexão à direita e comentou a política de alianças que busca para 2022. Ele indicou a disposição de ter José Luiz Datena como vice e afirmou que tenta repetir acordos regionais formalizados em 2020 com PV, PSB, Rede, PSD e DEM – agora União Brasil, após a filiação com o PSL.

 

 

“Não existe inflexão à direita. O que existe é minha imensa vontade de reunificar a Nação brasileira e reconciliar o País (…) Basta conhecer a minha história”, afirmou, argumentando discursa contra a polarização. Ele citou como exemplo os evangélicos, que abarcam grande parte do eleitorado do presidente Jair Bolsonaro.

Ciro criticou o “identitarismo exacerbado do PT” e afirmou que o partido é “desonesto desde a raiz”. Também afirmou que o PSOL, ao sinalizar apoio ao PT, “desertou o Brasil” de uma política crítica.


O pedetista declarou que sua prioridade é dar andamento a um programa de centro-esquerda que englobe os partidos aliados nas eleições municipais de 2020 e fez críticas aos modelos econômicos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), sob a alegação de que esses governos focaram no câmbio flutuante e na preocupação com a meta inflacionária.

“Sou o único que está propondo mudar. O país que mais produz alimentos no mundo tem 20 milhões passando fome. É um modelo econômico que estabelece a lei selvagem do neoliberalismo financista.”

Ciro esteve em São Paulo para participar das gravações do reality show político de Marcio Franca (PSB), com a presença de Geraldo Alckmin, de saída do PSDB. Questionado sobre a filiação de Sergio Moro ao Podemos, disparou contra a postura do ex-juiz, que, de acordo com ele, usou a toga para tirar Lula das eleições de 2018 e compor o governo Bolsonaro com a promessa de um cargo vitalício. O pedetista se referiu ao recente depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal, em que acusou Moro de barganhar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Ele também elogiou o jornalista José Luiz Datena, que está a caminho do PSD, e sinalizou que gostaria de tê-lo como vice na chapa presidencial de 2022. “Há uns 30 anos, eu era amigo do doutor Sócrates, que foi uma figura extraordinária, brasileiro preocupado com a redemocratização, e fui aproximado de Sócrates pelo jovem repórter Datena. Desenvolvemos afinidade grande”, prosseguiu Ciro. “Eu acho que Datena está preparado para disputar qualquer coisa.”

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.