Justiça

Coalizão em Defesa do sistema eleitoral vai ao STF contra empresários que defendem o golpe

Em um grupo de Whatsapp, apoiadores de Bolsonaro apelam para a ruptura democrática em caso de vitória de Lula

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A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, formada por mais de 200 entidades da sociedade civil, apresentou nesta quinta-feira 18 uma notícia-crime contra empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que defendem um golpe em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) na eleição deste ano.

O documento, encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, diz que os bolsonaristas “pregam de maneira direta o afastamento da Democracia representativa, com o retorno do Estado de Exceção, deixando de reconhecer o resultado das eleições livres e diretas que serão realizadas em outubro próximo”.

A peça tem com base uma reportagem do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, que mostrou conversas em um grupo de Whatsapp, chamado ‘Empresários & Política’, que conta com a participação de Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; e outros menos famosos, como José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

Segundo o colunista, o ponto alto de apoio à ruptura democrática se deu no dia 31 de julho, quando Koury afirmou, em mensagem, que preferia um golpe à volta do PT. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu.

No grupo, os empresários também manifestam apoio ao ato de 7 de Setembro, convocado por Bolsonaro, e repetem as teses do ex-capitão sobre fraude nas eleições.

Na notícia-crime, a Coalização pede que os diálogos dos empresários sejam incorporados ao inquérito das milícias digitais que corre no STF, que os sigilos telefônico e telemático sejam quebrados e que se investigue a participação dos bolsonaristas na organização e financiamento dos atos de 7 de setembro.

“No material divulgado há elementos indiciários a demonstrar uma possível organização de empresários, que trama desestabilizar as instituições democráticas, defendendo a necessidade de exclusão dos Poderes Legislativo e Judiciário, atacando seus integrantes, especialmente e pregando a própria desnecessidade de tais instituições estruturais da Democracia brasileira, falando em golpe com todas as letras”, diz o documento.

Leia a peça:

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