Comissão Arns vai ao Pará cobrar autoridades sobre violência contra trabalhadores rurais e comunidades

Organização enviou delegação ao estado para uma série de atividades

A família de Zé do Lago foi assassinada no município d São Félix do Xingu. Foto: Reprodução

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A Comissão Arns, organização social de defesa dos direitos humanos, enviou uma delegação ao Pará para coletar informações e cobrar autoridades sobre a violência contra trabalhadores rurais e comunidades tradicionais.

A missão ocorre após um trabalhador rural ter sido assassinado no dia 10, no município de São Félix do Xingu, no sudeste paraense, em uma emboscada feita por pistoleiros, por conta de um conflito de terras que ocorre há 15 anos. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a vítima se chamava Lindomar Dias de Souza e tinha 51 anos.

A Comissão Arns menciona, ainda, casos simbólicos que permanecem sem solução judicial, como o assassinato de uma família de ribeirinhos em janeiro de 2022, também no município de São Félix do Xingu.

A delegação chegou ao estado no sábado 15 e iniciou um calendário de atividades neste domingo 16. A agenda prevê uma estadia da delegação até a quinta-feira 20.

A equipe visita cinco municípios: Marabá, Eldorado do Carajás, Anapu, Altamira e Belém. Na primeira parada, os integrantes da comitiva se reúnem com lideranças para discutir casos de assassinatos, despejos e ameaças.

Na segunda-feira 17, Dia da Reforma Agrária, a Comissão participa de um ato do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Eldorado do Carajás, para relembrar um massacre contra camponeses ocorrido em 1996.


Nas agendas seguintes, a Comissão Arns também pretende se reunir com a Defensoria Pública do Pará, com o governador Helder Barbalho (MDB) e com demais autoridades do poder público.

Compõem o grupo:

  • Manuela Carneiro da Cunha, antropóloga da Comissão Arns;
  • Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos, integrante da Comissão Arns;
  • Belisário dos Santos Jr., ex-secretário da Justiça de São Paulo, integrante da Comissão Arns;
  • Luiz Armando Badin, advogado e ex-secretário de assuntos jurídicos do Ministério da Justiça
  • Leana Naiman, psicóloga;
  • José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra;
  • Claudia Dadico, Ouvidora Agrária Nacional;
  • e Ana Cláudia Pinho, promotora de Justiça do Ministério Público Estadual do Pará.

 

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