Como a campanha de Lula reagirá ao possível crescimento de Bolsonaro, segundo Padilha

De acordo com o deputado, o início oficial da campanha tirará do atual presidente a exclusividade de pautar o debate nacional

Foto: Ricardo Stuckert

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O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) avalia que o início da campanha eleitoral no dia 16 deste mês pode reduzir a tendência de crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

O parlamentar reforçou nesta quinta-feira 11 que o PT já esperava um melhor desempenho do ex-capitão com a aprovação da PEC Eleitoral, que instituiu um estado de emergência até 31 de dezembro e autoriza o governo a gastar 41,2 bilhões de reais para conceder benefícios.

“A principal mudança [com o início da campanha] é que o presidente da República não conseguirá mais pautar sozinho o debate”, avaliou o petista em contato com CartaCapital. “Esperávamos um impacto nas pesquisas com a operação boca de urna do Bolsonaro porque ela acontece no momento em que só o presidente tem a iniciativa política”.

Na avaliação do deputado, o ex-presidente Lula (PT) se beneficiará do começo da propaganda eleitoral gratuita já que poderá contrapor os feitos do seu governo com a atual gestão federal. “O início oficial da campanha, com o Lula podendo fazer comícios nos estados e fazendo agendas temáticas no País com cobertura da imprensa, há um reequilíbrio de quem pauta e de quem tem a iniciativa política do debate”.

O discurso de Lula, segundo o aliado, será voltado a questões econômicas, como inflação, desemprego e volta da fome ao País. “Vamos deixar claro que só ele e a sua chapa podem reduzir o sofrimento de quem hoje tem que pagar 8 ou 9 reais em um litro de leite, mais de 100 reais no botijão de gás, 11 reais em um litro de óleo ou 20 reais em meio quilo de café”.

Pesquisa FSB divulgada nesta semana mostra que a distância de Lula para Bolsonaro é de sete pontos percentuais. O levantamento anterior apontava para uma diferença de 13 pontos. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, de acordo com o instituto Quaest, o petista e o ex-capitão já aparecem tecnicamente empatados dentro da margem de erro.


Apesar das chances de vitória no primeiro turno diminuírem, após o Datafolha do mês de julho mostrar a possibilidade, Padilha diz que o objetivo é que a eleição se encerre antes da segunda etapa, embora afirme que o partido esteja preparado para qualquer cenário.

“Vamos trabalhar cada vez mais para uma vida uma vitória esmagadora no primeiro turno, o que reduz a margem de questionamento do Bolsonaro”, revelou. “O centro do nosso esforço será cada vez mais buscar aliados, disputar os votos que não se definiram ainda”.

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1 comentário

HUMBERTO MIRANDA DO NASCIMENTO 13 de agosto de 2022 11h33
O PT já conseguiu muito em termos de apoios. A estratégia de reduzir o antipetismo funcionou relativamente bem nos setores sociais com acesso a informação. Os esquerdistas relutantes com a presença de Alckmin na chapa, como eu, cederam à dura realidade eleitoral. O problema é enfrentar a virulenta onda de mentiras e enganações propaladas para uma população vulnerável social e economicamente. Não podemos nos enganar, a caneta que está nas mãos de Bolsonaro é a sua arma mais letal. Como diz Guimarães Rosa: Deus come escondido, e o Diabo sai por toda a parte lambendo o prato.

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