Política

Conselho de Ética arquiva processo contra Janones por suposta ‘rachadinha’

A sessão foi marcada por tumulto e briga entre deputados de esquerda, bolsonaristas e Pablo Marçal

Dep. André Janones (AVANTE - MG) Foto: Gilmar Félix / Câmara dos Deputados
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O Conselho de Ética da Câmara arquivou, nesta quarta-feira 5, uma representação contra o deputado federal André Janones (Avante) por suspeita de “rachadinha”.

Por 12 votos a 5, o colegiado aprovou o relatório do deputado Guilherme Boulos (PSOL) pelo arquivamento do processo, apresentado pelo PL. O Supremo Tribunal Federal abriu uma apuração sobre o caso no fim de 2023.

Em seu parecer, Boulos argumentou que, à época dos supostos fatos, Janones não ocupava mandato na atual legislatura. Cabe à Justiça, segundo ele, analisar o mérito da acusação.

A sessão foi marcada por diversas discussões. Entre os mais exaltados estavam Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC) – este precisou ser contido por um segurança da Câmara. Delegado Éder Mauro (PL-PA) chegou a apontar um dedo no rosto da Janones e recebeu um xingamento em troca. 

Na sequência, Janones passou a provocar os deputados da oposição mais exaltados, aos quais se referiu como “gados”.

Além de Janones e dos bolsonaristas, chamou a atenção o entrevero de Boulos e Pablo Marçal (PRTB), que foi chamado pelo psolista de “coach picareta”. Ambos são pré-candidatos à prefeitura de São Paulo.

Apesar de não ser deputado, Marçal acompanhava a sessão, mesmo após o presidente do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), solicitar a saída daqueles que não fossem parlamentares.

“Ouvindo algumas falas de bolsonaristas aqui eu tive dúvida se é hipocrisia ou problema cognitivo. Ao longo da discussão, me convenci que é hipocrisia”, afirmou. “Não é esse o debate que se faz aqui. O debate posto no relatório nenhum dos que fizeram espetáculo aqui tratou. Trouxeram até coach picareta para tumultuar a sessão. Espero que não venda a sua candidatura ao prefeito Ricardo Nunes, porque eu quero te enfrentar nos debates.”

Outro foco de confusão surgiu quando o deputado Rogério Correia (PT) tentou retirar o coach do plenário. Lomanto Júnior, por sua vez, pediu que Boulos não fizesse da sessão um “debate eleitoral de São Paulo”.

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