A CPMI do 8 de Janeiro irá ouvir o depoimento, nesta quinta-feira 21, do blogueiro Wellington Macedo, responsável pela tentativa de atentado no aeroporto de Brasília. Ele foi preso, recentemente, no Paraguai pela Polícia Federal após ficar foragido por um longo período.
O requerimento para ouvir o terrorista, condenado a seis anos de prisão pelo ataque, é de autoria dos deputados governistas Duarte Jr. (PSB-MA) e Duda Salabert (PDT-MG). No documento, os políticos argumentaram que Macedo, além do ataque, “é conhecido por se utilizar de canais eletrônicos para divulgar denúncias sem provas que já resultaram em dezenas de processos judiciais de reparação por danos morais e por incentivar atos contra a democracia e contra as instituições democráticas”.
Macedo, que foi funcionário da senadora Damares Alves quando ela era ministra do governo de Jair Bolsonaro, deve ser duramente questionado sobre o atentado cometido em dezembro de 2022, quando ele e outros dois bolsonaristas – Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa – tentaram explodir um caminhão tanque próximo do aeroporto de Brasília. O evento é tido como um ato preparatório para o 8 de Janeiro.
O comparecimento à CPMI, no entanto, não é garantia de que Macedo prestará as informações. Isso porque, por decisão de Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ele terá direito ao silêncio em questionamentos que possam gerar provas contra ele.
Histórico golpista
Pesa ainda contra Macedo o fato de ele já ter participado, em 2021, de outros atos antidemocráticos na esteira do 7 de Setembro daquele ano. Na ocasião, ele foi preso, mas liberado dias depois com o uso de tornozeleira eletrônica. Para fugir após a tentativa de explosão em Brasília, ele quebrou o equipamento. Ele também é suspeito de participar da ação e dos ataques à sede da Polícia Federal no dia 12 de dezembro de 2022.
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