Política

CPMI pedirá a inclusão de Delgatti em programa de proteção a testemunhas

O programa atende testemunhas de crimes que ‘estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação’

O hacker Walter Delgatti. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado/AFP
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A CPMI do 8 de Janeiro pedirá a inclusão do hacker Walter Delgatti no Programa Nacional de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. A solicitação será enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e aos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos.

A decisão foi anunciada pelo vice-presidente do colegiado, senador Cid Gomes (PDT), no final da sessão desta quinta-feira 17.

O programa atende testemunhas de crimes que “estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação”. Caso passasse a integrá-lo, o hacker teria direito a andar com escola armada, por exemplo.

Delgatti depôs à CPMI na condição de testeminha, após ser alvo de uma operação da Polícia Federal sobre a invasão de sistemas do Judiciário. Ele está preso há duas semanas por ordem do STF.

Durante a sessão desta quinta, o hacker afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu lhe conceder um indulto caso assumisse a autoria de um suposto grampo telefônico com “conversas comprometedoras” de Moraes.

Segundo Delgatti, Bolsonaro teria dito que o grampo havia sido realizado por “agentes de outro país”. O então presidente teria prometido, ainda, “mandar prender” o juiz que, eventualmente, decretasse a prisão do hacker.

Ainda de acordo com o relato, o ex-capitão teria garantido que o suposto grampo motivaria uma ação contra Moraes e justificaria a realização de uma eleição com voto impresso.

Delgatti também reforçou ter “orientado” a produção do relatório do Ministério da Defesa sobe as urnas eletrônicas, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral em novembro de 2022.

Em depoimento à PF na quarta-feira 16, Delgatti afirmou ter recebido cerca de 40 mil reais da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Poder Judiciário. Os investigadores devem voltar a ouvi-lo nesta sexta.

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