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CPMI questiona atestado do coronel Naime no Conselho de Medicina
Coronel havia sustentado ‘quadro depressivo’, mas uma junta médica do Senado considerou que ele estava apto para prestar depoimento
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O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União-BA), informou ter enviado ao Conselho Regional de Medicina o laudo médico apresentado pelo coronel Jorge Eduardo Naime para faltar ao depoimento marcado para esta segunda-feira 26.
O coronel havia sustentado falta de condições de saúde para prestar depoimento aos parlamentares, por “quadro depressivo”, mas uma junta médica do Senado considerou que ele estava apto para comparecer à sessão. Antes que o resultado saísse, o militar recuou e decidiu depor.
O presidente da CPMI disse ter encaminhado os dois atestados para que o Conselho de Medicina questione o médico de Naime sobre a razão de os laudos apresentarem diagnósticos “diametralmente opostos”.
“Esta CPI não vai aceitar de maneira nenhuma – não estou dizendo que é o caso – laudos médicos graciosos com o propósito de dificultar os nossos trabalhos”, afirmou Maia.
Relatora da Comissão, Eliziane Gama (PSD-MA) declarou que o questionamento do atestado médico é uma medida para inibir tentativas de “embaraçar” o transcorrer dos trabalhos.
“A Comissão não vai permitir que ações dessa natureza, de tentar burlar e impedir os trabalhos desta Comissão, possam se repetir”, disse a senadora.
Em sua oitiva, Naime afirmou que a Polícia Militar “falhou” ao conter os manifestantes de extrema-direita em 8 de Janeiro. O coronel era chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal e está preso há cinco meses por omissão diante dos atos golpistas.
O militar, no entanto, afirmou que o seu setor não estava incluído em um grupo de WhatsApp que havia recebido alertas de inteligência atualizados sobre as mobilizações. Segundo ele, autoridades da segurança pública participavam do grupo e poderiam ser os responsáveis por não repassar as informações.
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