Curto-circuito

Em vez de responder às dúvidas da oposição, a estatal Copel processa um deputado contrário à privatização

Pedra no sapato. Chiorato lidera a frente de defesa das empresas públicas – Imagem: Pedro de Oliveira/ALPR

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O governador Ratinho Júnior tem pressa em vender a ­Copel, estatal de energia do Paraná. Em fevereiro, a base de apoio do pessedista na Assembleia Legislativa aprovou a toque de caixa, sem consulta pública, o processo de privatização. O preço fixado àquela altura era de 3,1 bilhões de reais, valor irrisório diante do lucro de 5,1 bilhões da companhia no ano passado. O risco de prejuízo ao Erário levou um grupo de depu­tados estaduais do PT, PSDB e PDT a criar a Frente Parlamentar das Empresas Públicas. A coalizão quer esclarecer, entre outros pontos, as suspeitas de irregularidades processuais e maquiagens contábeis no balanço da empresa.

Um dos contratos questionados pela Frente Parlamentar é a parceria entre a Copel e o Fundo de Investimentos em Participações FIP IEER, que deu origem à Companhia de Energias Renováveis (CER), da qual a estatal tinha 49,9% das ações. O acordo delegava a uma câmara de arbitragem a resolução de eventuais conflitos entre as partes. A sociedade não prosperou. Segundo os representantes do FIP IEER, a Copel deixou de investir o valor combinado. A CER participou de leilões e conquistou quatro projetos que exigiam investimentos de 2,1 bilhões de ­reais, mas a contrapartida da estatal nunca teria sido depositada.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 17 de maio de 2023 17h56
Privatização no Brasil não é possível sem a ação criminosa. Que país!

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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

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