Política

De olho na Presidência, Rebelo filia-se à sigla de Paulinho da Força

Após 40 anos no PCdoB e rápida passagem pelo PSB, o ex-ministro afirma ter identificação de longa data com os líderes do Solidariedade

O ex-ministro de Lula e Dilma ficou pouco mais de 6 meses no PSB. Crédito: JAÉLCIO SANTANA E TIAGO SANTANA O ex-ministro de Lula e Dilma ficou pouco mais de 6 meses no PSB
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Nem comunista nem capitalista nem “comunista quase capitalista”, Aldo Rebelo não aceita nenhuma das três etiquetas. A expressão, usada pelo presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força, ao apresentá-lo como o pré-candidato da legenda, não foi corroborada pelo ex-ministro dos governos Dilma e Lula, que prefere a livre interpretação sobre sua posição política.

“Eu não respondo por ele (Paulinho). Me vejo como alguém que tem compromisso com o país, com o desenvolvimento do Brasil, com o direito dos trabalhadores e do povo e com a democracia. Se isso é capitalismo ou socialismo, isso é uma coisa livre, qualquer um ache o que quiser”, comentou o pré-candidato à Presidência pelo Solidariedade a CartaCapital.

A expressão usada está relacionada com os rumos partidários de Rebelo nos últimos tempos. Depois de passar 40 anos no PCdoB, ocupando papéis de destaque no partido e nos governos petistas, ele alterou sua morada política duas vezes em seis meses e meio. A primeira ao deixar a sigla comunista e filiar-se ao PSB, em setembro do ano passado, e, neste mês, com sua nova migração, agora para o Solidariedade.

A despedida do PCdoB, segundo ele, ocorreu por “divergências na agenda a ser seguida” numa possível pré-candidatura de seu nome, especulada em 2016. “Eu sempre fui muito nacionalista e talvez para a agenda moderna da esquerda isso seja um tanto antiquado”, comenta.

Hoje o posto de pré-candidata da legenda comunista é ocupado pela deputada estadual Manuela D’Ávila, do Rio Grande do Sul.

Embora sua passagem pelo PSB tenha sido meteórica – seis meses e meio –, Rebelo não admite que se trata de um “erro de cálculo”. “Eu tinha muita identidade com o PSB. Trabalhei com Eduardo Campos, na liderança do governo e quando fomos ministros no governo Lula. Também tinha muita relação com o [Miguel] Arraes. Minha ida para o partido foi uma opção muito lógica devido a minha identidade com o PSB”.

As pretensões do ex-ministro eram claras desde os primeiros meses na nova legenda. Em janeiro Rebelo escreveu carta ao presidente do partido, Carlos Siqueira, se colocando à disposição para ser o candidato ao Palácio do Planalto. No entanto, naquela época já havia um impasse interno: o partido vivia um namoro antigo com outro nome, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa para o posto que Rebelo pleiteava.

Com a filiação de Barbosa em 6 de abril, Rebelo anunciou sua saída da legenda e deixou claro em uma rede social que a decisão estava ligada com a inclinação dos socialistas pelo ex-magistrado na pré-disputa. “Vejo a candidatura [do Joaquim Barbosa] como legítima, mas naturalmente não é a candidatura com a qual eu me identificaria”, respondeu.

O PSB ainda não oficializou o nome de Barbosa para o posto que levou a mudança de legenda de Rebelo, mas as lideranças do partido demonstram empolgação com sua pré-candidatura.

O Solidariedade, por sua vez, surgiu como alternativa ao desejo de ser o pré-candidato. Rebelo diz que embora não tivesse recebido convites anteriores da legenda, diz haver uma identificação de longa data entre os líderes políticos do partido e ele.

Ele cita a época que foi relator do Código Florestal, em 2011, e o apoio dado pela Força Sindical ao seu relatório. A mais recente demonstração de afinidades, conta o ex-ministro, foi ano passado ao lançar o Manifesto pela União Nacional. “Os dirigentes do Solidariedade e da Força Sindical assinaram em peso o documento”, diz. “Então já havia uma certa identidade pela minha relação com com o movimento sindical, com os trabalhadores e pela questão nacional.”

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