De saída, Silva e Luna diz que Petrobras não pode reduzir preço do combustível: ‘É lei’

O presidente Jair Bolsonaro confirmou a demissão do general, que será substituído por Adriano Pires

Jair Bolsonaro e o general Silva e Luna. Foto: Mauro PIMENTEL/AFP

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O ainda presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, que será substituído por Adriano Pires, afirmou nesta terça-feira 29 que a empresa não pode fazer política pública nem partidária. As declarações do general foram dadas durante seminário no Superior Tribunal Militar (STM)

“Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda”, disse Silva e Lina que deixa o cargo em abril.

Na segunda-feira 28, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a demissão do general. O governo federal ainda indicou para a presidência do conselho de administração da estatal Rodolfo Landim, que também ocupa o posto de presidente do Flamengo

“Por que não baixa preço do petróleo, por que não faz política pública? Por causa disso, porque é lei”, acrescentou o atual presidente da empresa. “Petrobras é empresa pública, classificada como economia mista. Em termos de legislação, são quatro leis. A Constituição diz que ela deve atuar como empresa privada. Lei do petróleo diz que ela deve praticar preço do mercado”.

A decisão de sacar Silva e Luna se assemelha à que demitiu do cargo Roberto Castello Branco, no ano passado. Em ambos os casos, Bolsonaro não escondeu divergências com a estatal sobre a política de preços dos combustíveis.

Os problemas na relação entre o ex-capitão e o general da Petrobras se intensificaram no início de março, quando a empresa comunicou um mega-aumento de 18% na gasolina, 25% no diesel e 16% no gás de cozinha vendido às distribuidoras.


Segundo o presidente da República, a Petrobras poderia ter esperado mais um dia para fazer o anúncio, uma vez que o governo publicou no mesmo dia, no Diário Oficial da União, um projeto que muda regras na cobrança do ICMS com a promessa de reduzir os preços.

 

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