Política
‘Debolsonarização’ do GSI, órgão da Presidência, deve terminar até junho
Prazo surgiu em negociações que levaram um delegado da PF a ficar com a chefia provisória da segurança de Lula
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/01/000_337N7YA.jpg)
A desbolsonarização total do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão repleto de militares que até o fim do ano passado era o responsável exclusivo pela segurança presidencial, deve levar ainda mais cinco meses. Enquanto a depuração estiver em curso, a segurança de Luiz Inácio Lula da Silva será comandada por um delegado da Polícia Federal (PF), Alexsander Castro de Oliveira.
Oliveira era o encarregado da segurança do petista na eleição. Foi nomeado chefe da segurança presidencial em 26 de janeiro. Seu cargo chama-se Secretário Extraordinário de Segurança Imediata do Presidente. Havia sido criado por um decreto, o 11.325, assinado por Lula no dia da posse, 1o de janeiro. Por esse decreto, a Secretaria Extraordinária será extinta até 30 de junho de 2023.
O prazo de vida de seis meses da Secretaria é aquele que o ministro do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias, havia estimado, durante o governo de transição, ser preciso para desbolsonarizar o órgão. A estimativa tinha surgido em conversas com aquele que viria a ser diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e com um antigo colaborador de Lula, Swedenberger Barbosa.
Barbosa é o atual número dois do Ministério da Saúde. No governo de transição, coube a ele buscar uma solução para o desejo de Lula de não ter por perto militares que o petista achava que não eram confiáveis. Apesar disso, a Secretaria Extraordinária tem a presença de ao menos um militar na parte administrativa. É o primeiro-tenente da Aeronáutica Antonio Felipe de Almeida Gonçalves, nomeado assessor dia 27 de janeiro.
Apesar de ser da FAB, Gonçalves tem experiência como gestor público e na área de comunicação. Foi do time da assessoria de imprensa da FAB e coordenador da assessoria de comunicação relativa à área de segurança da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. O comandante da equipe encarregada da segurança dos dois eventos era Andrei Rodrigues, o diretor-geral da PF de Lula.
No mesmo dia 27, foi nomeada para compor a Secretaria Extraordinária outra pessoa que colaborou com governos petistas passados. É Lorena Fonseca de Medeiros Ferreira, funcionária pública de carreira que foi do Ministério do Desenvolvimento Social com Lula e Dilma Rousseff. Na segurança presidencial agora, Lorena é Diretora de Articulação. Caberá a ela, por exemplo, dialogar com o Congresso e o Judiciário.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/01/000_33882XK-300x200.jpg)
Garimpo acabará e o governo não autorizará pesquisa mineral em áreas indígenas, diz Lula
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/01/lula_olaf_alemanha-300x180.jpg)
Lula quer fechar acordo entre Mercosul e União Europeia no 1º semestre
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/01/000_33882HL-300x200.jpg)
‘Está na hora de a China colocar a mão na massa’, diz Lula sobre busca pela paz entre Rússia e Ucrânia
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/01/lula_exercito-300x180.jpg)