Justiça
Deltan classifica como ‘absolutamente constrangedora’ decisão sobre afastamento de Gabriela Hardt
Ex-procurador da operação afirmou que a decisão é ‘frágil’ e ‘desprovida de fundamentos’
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/05/sem_titulo-14_2.jpg)
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) classificou como “absolutamente constrangedora” a decisão do corregedor-nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão que definiu o afastamento da ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt.
Segundo Deltan, que é ex-procurador-chefe da operação, a decisão “passa a mensagem de perseguição política a juízes e desembargadores que atuaram na operação Lava Jato”, declarou.
“Apesar da tentativa de dar ares de gravidade e seriedade à decisão, a simples leitura do documento mostra se tratar de uma decisão frágil, desprovida de fundamentos”, dispara Deltan.
Segundo a decisão do CNJ, Hardt foi afastada por burla à ordem processual, violação do código da magistratura, prevaricação e desobediência a decisões do Supremo Tribunal Federal.
Além dela, também foram afastados os desembargadores federais Loraci Flores de Lima, João Pedro Gebran Neto e Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julgava os processos da Lava Jato em segunda instância.
Hardt foi a juíza responsável pela homologação do acordo que criaria uma fundação privada, financiada com recursos recuperados da Lava Jato, e que teria integrantes da força-tarefa entre os gestores da instituição.
A força-tarefa queria criar uma fundação com os cerca de R$ 2,5 bilhões que a Petrobras pagou em multas nos Estados Unidos.
A decisão menciona que a juíza admitiu ter discutido previamente suas decisões judiciais com integrantes da extinta força-tarefa e aponta uma série de violações cometidas pela magistrada “ao dever funcional de prudência, de separação dos poderes e ao código de ética da magistratura”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/10/1698671069686286-300x175.jpg)
Fundação da Lava Jato, o fantasma que volta a assombrar Gabriela Hardt e companhia
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/10/1698671069686286-300x175.jpg)
CNJ marca o julgamento sobre ‘gestão caótica’ de dinheiro na Lava Jato
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Sem-Título-3-3-300x173.jpg)