Política
Deltan diz ter recebido Pix de ‘agentes de Deus’ para pagar sua condenação por diárias da Lava Jato
‘Olha a quantidade de Pix que começaram a entrar na minha conta desde a última sexta-feira’, afirmou o ex-deputado em vídeo
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/06/Sem-Título-2-1.jpg)
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cujo mandato foi cassado após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, disse ter recebido “presentes de Deus” nos últimos dias. Trata-se de uma referência às transferências via Pix que estariam chegando à sua conta bancária.
As supostas doações teriam ocorrido após a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça estabelecer, na semana passada, a continuidade de um procedimento aberto pelo Tribunal de Contas da União para investigar possíveis irregularidades nas diárias e nas passagens utilizadas pela força-tarefa de Curitiba da Lava Jato.
Assim, estão válidas, também, as condenações impostas pelo TCU no âmbito do processo. Em 2022, a 2ª Câmara do Tribunal condenou Deltan e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pela “prática de atos antieconômicos, ilegais e ilegítimos, consubstanciados em condutas que, em tese, podem caracterizar atos dolosos de improbidade administrativa”. Também os condenou “solidariamente a ressarcimento ao erário de 2,83 milhões de reais.”
“Olha a quantidade de Pix que começaram a entrar na minha conta desde a última sexta-feira. Centenas e centenas de pessoas começaram a fazer Pix para a minha conta, mais uma vez, expressando solidariedade, protegendendo a minha família do mal que querem nos causar e mostrando que eu não estou sozinho”, disse o ex-procurador em vídeo publicado nas redes sociais. “Agradeço a vocês que têm sido agentes de Deus na minha vida.”
A defesa de Deltan recorreu na semana passada da decisão do TSE que levou à cassação do mandato parlamentar. Os advogados protocolaram embargos de declaração, mas as demandas ainda não foram analisadas pelo relator, Benedito Gonçalves.
Segundo a decisão unânime do Tribunal, uma “manobra” de Deltan para deixar o Ministério Público Federal e se candidatar à Câmara “impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite no CNMP em seu desfavor viessem a gerar processos administrativos disciplinares, que poderiam ensejar pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/05/sem_titulo-10_9-300x200.jpg)
A nova tentativa de Deltan de suspender a cassação de seu mandato
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/06/luiz_carlos_hauly-300x179.jpg)
Deputado que assume vaga de Deltan pretende colaborar com o pautas do governo Lula
Por Carta Capital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/06/luiz_carlos_hauly-300x179.jpg)
Maioria do STF segue Toffoli, impõe derrota ao PL e manda empossar Hauly na vaga de Deltan
Por Wendal Carmo![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/06/luiz_carlos_hauly-300x179.jpg)