Política

Depoimento de Bolsonaro entra no radar da CPMI após nova ‘bomba’ de Mauro Cid

A comissão também deve votar a convocação do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP
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A base de apoio ao governo Lula na CPMI do 8 de Janeiro espera votar na próxima terça-feira 26 um requerimento para convidar ou convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos. A decisão, porém, cabe ao presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA).

A articulação ganhou um novo impulso com a notícia de que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid envolve militares em uma tentativa de golpe ao lado de Bolsonaro.

À Polícia Federal, Cid confirmou que o então presidente da República se reuniu com representantes do Alto Comando das Forças Armadas para discutir detalhes de uma minuta golpista que inviabilizaria a posse de Lula. A informação foi revelada pelo UOL.

Segundo a delação de Cid, apenas Garnier, então comandante da Marinha, teria apoiado a ideia de golpe. O então chefe do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou por sua vez que não embarcaria no plano, segundo o tenente-coronel.

Na base governista, há uma dúvida sobre a possibilidade de convocar um ex-presidente. Por isso, existe a chance de ir a votação somente um requerimento de convite – a diferença é que, neste caso, Bolsonaro não seria obrigado a comparecer ao depoimento.

Há um requerimento de convite protocolado em 25 de maio pelo deputado Rogério Correia (PT-MG).

“As condutas reiteradas do ex-presidente autorizam a compreensão da necessidade de apuração das suas responsabilidades pelos atos violentos, de vandalismo e terrorismo cuja apuração é objeto desta CPMI, motivo pelo qual requeiro seja convidado o Sr. Jair Messias Bolsonaro para prestar os esclarecimentos que se julguem necessários”, escreveu o petista.

Nesta quinta, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) protocolou um requerimento para convocar o almirante Garnier Santos. O documento tem como base as novidades sobre a delação de Mauro Cid.

“Consideramos que o almirante Almir Garnier Santos tem a contribuir com as investigações dessa CPMI, especialmente sobre as intenções golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro”, justifica a parlamentar.

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