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Depois da tormenta

As enchentes de maio minam o capital político do prefeito e reconfiguram o cenário eleitoral na capital gaúcha

Jogo aberto. O alcaide perdeu a liderança nas pesquisas, mas ainda derrotaria a deputada petista no segundo turno – Imagem: Joel Vargas/GOVRS e Redes sociais
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Com o controle da máquina pública e a perspectiva de construir um amplo arco de alianças, tão elástico quanto a sua base de 16 partidos na Câmara Municipal, o prefeito de Porto Alegre tinha motivos para acreditar numa reeleição sem sobressaltos. Após o colapso do sistema de drenagem da cidade em meio às cheias do Lago Guaíba, Sebastião Melo vê-se diante da hercúlea missão de convencer o eleitorado de que não teve culpa na tragédia, a despeito do pífio orçamento reservado nos últimos anos para a prevenção de ­desastres e a manutenção da rede de bombas e comportas. Além do Centro da capital gaúcha, 46 bairros ficaram submersos. A própria prefeitura estima um prejuízo de 8 bilhões de reais.

Em recente sondagem do instituto AtlasIntel, 59% dos entrevistados reprovam a administração Melo, ante 37% que aprovam. Realizada em meados de junho, pouco depois do desastre climático que assolou o Rio Grande do Sul, a pesquisa ouviu 1.798 eleitores porto-alegrenses. O Datafolha também saiu às ruas e concluiu que 75% dos gaúchos acreditam que era possível evitar uma destruição desta magnitude, 24% acham que não e 1% diz “não saber”. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o descrédito é ainda maior: 81% dos entrevistados também afirmam que os estragos poderiam ter sido minimizados, enquanto 18% dizem o contrário.

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