Deputada pede investigação sobre os repasses do governo Bolsonaro à saúde indígena

Em pedido ao TCU e MPF, Luciene Cavalcante pede que repasses feitos pelo Ministério da Saúde a ONGs sejam alvo de investigação

Povo Yanomami. Foto: Secoya

Apoie Siga-nos no

A deputada federal eleita Luciene Cavalcante (PSOL-SP) solicitou ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Federal investigações sobre ex-ministros da Saúde no governo Bolsonaro por suposto mau uso de recursos públicos destinados à saúde indígena.

Na peça, a parlamentar cita nominalmente os ex-ministros Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, bem como os ex-Secretários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), os coronéis do Exército Robson Santos da Silva e Reginaldo Ramos Machado.

Há também um pedido de investigação acerca da organização não governamental, a Missão Evangélica Caiua, que recebeu orçamento da Saúde, no âmbito do programa Programa de Proteção, Promoção e Recuperação da Saúde Indígena.

Uma reportagem divulgada pelo O Globo apurou que a ONG citada recebeu R$ 872 milhões do governo entre os anos de 2018 e 2022 para contratar profissionais da saúde para atuação nos distritos indígenas; os profissionais, no entanto, não foram encaminhados às localidades. Ao O Globo, a ONG justificou que a responsabilidade por encaminhar os profissionais às áreas indígenas era do governo federal e que houve falha de gestão, nesse sentido.

No entendimento da deputada, há “flagrante” malversação dos recursos públicos bilionários destinados à saúde indígena, o que impacta diretamente a crise sanitária vivida atualmente pelos povos Yanomami, em Roraima. A parlamentar pede aos órgãos que investiguem os valores destinados pelo Ministério da Saúde às políticas de saúde indígena, bem como os repasses feitos pelo programa de saúde indígena da pasta.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.