Política

Deputado dos EUA pede que Bolsonaro seja extraditado após terrorismo em Brasília

‘Terroristas domésticos e fascistas não podem usar a cartilha de Trump para minar a democracia’, escreveu o parlamentar

Foto: Sergio Lima / AFP
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O deputado democrata Joaquin Castro pediu neste domingo 8 a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após os atos terroristas promovidos por golpistas em Brasília.

“Terroristas domésticos e fascistas não podem usar a cartilha de Trump para minar a democracia”, escreveu o parlamentar norte-americano em uma rede social. “Bolsonaro não deve se refugiar na Flórida, onde está se escondendo da responsabilidade por seus crimes”.

A posição foi seguida pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez, que também no Twitter disse que “os EUA devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”.

No dia 30 de dezembro, às vésperas da posse do presidente Lula (PT), Bolsonaro foi para os Estados Unidos com retorno previsto para 30 de janeiro.

Em uma portaria publicada no Diário Oficial da União, o governo do ex-presidente autorizou a viagem de cinco. assessores para acompanhar a comitiva presidencial.

Ainda neste domingo, o presidente americano, Joe Biden, qualificou como “ultrajante” o ataque contra prédios do governo no Brasil.

Este foi o primeiro comentário público de Biden, que está em viagem a El Paso, no estado do Texas, na fronteira com o México, desde que centenas de apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em Brasília.

Repercussão mundial

Chefes de Estado de diversos países repudiaram a ação terrorista de bolsonaristas. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o petista “pode contar com o apoio incondicional da França”. O mandatário ainda declarou que “a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas”.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, também ofereceu “apoio incondicional” a Lula “frente a esta tentativa de golpe de Estado”.

“A democracia é o único sistema político que garante liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular”, prosseguiu. “Estamos com o povo brasileiro para defender a democracia e não permitir nunca mais a volta dos fantasmas golpistas promovidos pela direita.”

O presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou o terrorismo bolsonarista. “O governo brasileiro tem todo o nosso apoio diante desse covarde e vil ataque à democracia”, afirmou.

Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou que “o fascismo decide dar um golpe”, que “as direitas não conseguiram manter o pacto de não-violência” e que “é hora urgente de reunião da OEA [Organização dos Estados Americaos], se ela quiser se manter viva como instituição”.

Pelas redes sociais, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, disse “lamentar e condenar as ações realizadas no Brasil que ameaçam a democracia e as instituições”.

Outro a se manifestar foi o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a fim de “rejeitar categoricamente a violência gerada pelos grupos neofascistas de Bolsonaro que têm agredido as instituições democráticas do Brasil”.

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