Deputados do PSOL acionam TSE e ministérios para cobrar explicação de Juscelino Filho

O ofício apresentado à Corte aponta que os fatos relatados sobre o ministro das Comunicações constituem, em tese, crime eleitoral

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Foto: Cléverson Oliveira/Mcom

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Deputados do PSOL cobraram formalmente explicações do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, alvo de pressão no governo Lula. O político do União Brasil entrou na mira após acusação sobre possível uso irregular de avião da Força Aérea Brasileira e de recursos públicos para pagamento de diárias entre 26 e 30 de janeiro.

Sâmia Bomfim (SP) protocolou requerimentos de informação nos ministérios da Defesa e das Comunicações. Subscrevem os documentos os deputados do PSOL Chico Alencar (RJ), Fernanda Melchionna (RS), Pastor Henrique Vieira (RJ), Luiza Erundina (SP) e Célia Xakriabá (MG).

O grupo aponta a necessidade de obter esclarecimentos “diante de nítida despesa pública com finalidade que, ao que parece, não atende ao desiderato do Ministério das Comunicações ou, ainda, não se reveste da motivação de caráter público inerente a atos de Governo”.

Ante a repercussão do caso, Juscelino informou ter devolvido o dinheiro de diárias recebidas para cobrir despesas de uma viagem a São Paulo que, segundo revelou o jornal O Estado de S.Paulo, teve na agenda uma série de atividades particulares.

Na capital paulista, Juscelino foi à sede da operadora Claro, ao escritório da Telebrás e ao prédio onde a representação da Anatel está sediada. Depois, compareceu a um leilão de cavalos de raça e chegou a inaugurar uma praça em homenagem a um cavalo de seu sócio. Os compromissos oficiais, segundo o jornal, duraram apenas duas horas e meia.

Chico Alencar e Sâmia Bomfim decidiram, ainda, acionar o Tribunal Superior Eleitoral com um pedido de investigação contra Juscelino.


O ofício apresentado à Corte aponta que os fatos relatados sobre Juscelino constituem, em tese, crime eleitoral. Neste caso, o PSOL se baseia em reportagens do Estadão a indicarem que o ministro ocultou parte de seu patrimônio (2,2 milhões de reais) nas eleições de 2022.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que o ministro se afaste do cargo para tentar se justificar diante das acusações de que é alvo. Para a petista, a medida evitaria um “constrangimento” ao governo.

Lula, em entrevista à BandNews FM na quinta-feira 2, afirmou ter convocado Juscelino para uma conversa na próxima segunda e indicou a possibilidade de exonerá-lo. “Se ele não conseguir provar sua inocência, não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, disse o presidente.

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