Deputados vão ao STF e cobram investigação contra Carla Zambelli por vídeo golpista

A deputada de extrema-direita instou militares a desrespeitarem a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro

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Os deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Paulo Teixeira (PT-SP) acionaram, nesta quinta-feira 1º, o Supremo Tribunal Federal contra a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), responsável pela publicação de um vídeo golpista na quarta-feira 30. A representação foi encaminhada diretamente à presidente da Corte, Rosa Weber.

Na avaliação dos parlamentares, o vídeo indica a prática dos crimes de violação às instituições democráticas, golpe de Estado e ao processo eleitoral, apologia ao crime e improbidade administrativa.

Na gravação, Zambelli estimula militares a não reconhecerem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL).

“Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira?”, perguntou a deputada de extrema-direita. “Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?”

Conforme a peça apresentada pelos petistas ao STF, Zambelli “incita os generais e comandantes militares a aderirem às ações antidemocráticas, golpistas, que estão em curso no País, capitaneadas por uma minoria de beócios que ocupam espaços defronte quarteis pelo País afora, tudo com o propósito de reforçar ações de insubordinação em detrimento da vontade soberana da sociedade brasileira”.

Eles reforçam que a imunidade parlamentar e a garantia constitucional da livre manifestação do pensamento “não podem servir para albergar a prática de ilícitos, mormente quando estão em jogo outros valores caros à própria Constituição da República, como a higidez do Estado Democrático de Direito”.


Lopes e Teixeira pedem que o STF intime a Procuradoria-Geral da República a apurar as responsabilidades criminais, cíveis e administrativas de Carla Zambelli, com a posterior apresentação de uma denúncia. Defendem, ainda, que o Supremo encaminhe a representação ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de avaliar o descumprimento de uma determinação que vetava o uso de redes sociais pela parlamentar bolsonarista.

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