Política
Eleição na França é alerta para a extrema-direita, diz Ciro Nogueira
Senador alertou para o ‘extremismo’ político após vitória da ala progressista na França no domingo
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Um dos aliados mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) durante o período em que o líder de extrema-direita ocupou a presidência, o senador Ciro Nogueira (PP) afirmou, neste domingo 7, que as eleições na França deixaram um alerta para a direita brasileira sobre o “extremismo”.
A declaração foi feita em uma publicação no X, antigo Twitter. O parlamentar fez um
“Para aqueles da direita brasileira que entendem que ela é o começo, o meio e o fim, fica o alerta da França: a democracia não possui um único caminho quando o extremismo se apresenta como a direção inevitável”, disse o congressista.
O senador ainda criticou os que acreditam que o extrema-direita poderá, sozinha, ser referendada pelo eleitor brasileiro.
Para ele, as eleições da França “demonstram que a construção de uma maioria exige mais do que convicção. Exige a capacidade de congregar em torno de um projeto nacional, de uma nação que não possui um pensamento único, mas múltiplo, um projeto maior do que o de qualquer corrente.”
Ele estendeu o alerta à esquerda, pontuando que, apesar da vitória nas eleições francesas, não houve formação de maioria.
“Ganhou, mas não é majoritária também. Foi a vitória da derrota. Ou a derrota da vitória. Quando os extremos se enfrentam, a fragmentação triunfa e as diferenças sobressaem. Como deve ser. Mas, para a direita, tão crítica e impiedosa com os seus próprios, fica o recado.”
Textão:
As eleições da França e a lição para o BrasilAs eleições para a França deixam uma lição pedagógica para todo o mundo e o Brasil.
Os setores extremistas, que possuem tentações majoritárias e dominantes em ambos os polos, procuram o tempo todo desqualificar os que pensam…
— Ciro Nogueira (@ciro_nogueira) July 7, 2024
A postagem causou burburinho nas redes sociais. Muitos usuários ficaram em dúvida se aquele era um sinal de que o grupo que se aglutinou em torno de Bolsonaro em 2022 estaria em busca de menos histrionismo em 2026. Em entrevista à colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Nogueira foi mais direto: “Se agirmos com radicalismo e soberba, vamos perder em 2026”. E pontuou: “É uma eleição ganha se falarmos para a maioria. Mas, se ficarmos apenas dialogando com a bolha de extrema direita, não teremos chance.”
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