Justiça

Eleito pela urna eletrônica, Moro sugere 5% de votos impressos para ‘eliminar a desconfiança’

Aliado de Bolsonaro, o ex-juiz sugeriu a medida como alternativa para solucionar um suposto debate ‘profundo’

Moro e Bolsonaro. Foto: Evaristo Sa/AFP
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O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) sugeriu, nesta quinta-feira 27, a adição do voto impresso para conferência das urnas nas próximas eleições. Para Moro, a alternativa poderia “aprimorar” o sistema eleitoral brasileiro e resolver um ‘debate profundo’.

“Se tem esse debate tão profundo, eu acho que, para as próximas eleições, valeria discutir como aprimorar o sistema de controle. Talvez um voto impresso percentual, de 5% das urnas, para permitir uma expécie de conferência”, disse o ex-juiz em entrevista à CNN Brasil nesta manhã.

Eleito senador este ano pelas urnas eletrônicas, Moro defende que a medida não significaria dar legitimidade para questionamentos dos resultados oficiais do Tribunal Superior de Justiça. “Vamos discutir isso para o futuro. Como aprimorar para eliminar esse debate e essa desconfiança sobre o sistema eleitoral”, conclui.

Embora o ex-juiz afirme que medida não deslegitima a auditoria das urnas eletrônicas, a defesa do voto impresso tem sido utilizada amplamente por Jair Bolsonaro e seus apoiadores para colocar em xeque a confiabilidade do resultado das eleições de 2º turno no dia 31.

A insistência no embate bolsonarista contra as urnas fez com que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, viesse a público após o primeiro turno para reafirmar que o teste de integridade nas urnas eletrônicas não encontrou divergências nos votos computados. Em 2021, o Tribunal de Contas da União já havia emitido um parecer reforçando a lisura do processo eleitoral brasileiro e afirmando que a impressão do voto traria riscos às eleições deste ano.

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