Política

Equipe da Jovem Pan é hostilizada por bolsonaristas durante ato golpista em Brasília

Considerada ‘a voz do bolsonarismo’, a emissora demitiu comentaristas simpáticos ao presidente derrotado

Ato golpista de bolsonaristas em Brasília em 2 de novembro. Foto: Sergio Lima/AFP
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Uma equipe da rádio Jovem Pan teve de sair sob escolta nesta terça-feira 15 de uma manifestação promovida por bolsonaristas em frente ao quartel-geral do Exército em Brasília. Apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL), que pediam intervenção militar, xingaram e fizeram ameaças a dois repórteres e um cinegrafista do veículo por cerca de 30 minutos.

Alguns manifestantes tentaram impedir as entradas ao vivo dos repórteres. Outros diziam que, “se mentissem”, iriam “sofrer as consequências”. “Deixa o cara fazer a matéria dele. Se ele falar que a gente quer intervenção [militar], a gente entra de novo. Se mentir, não vai trabalhar”, disse um dos manifestantes, segundo o jornal Folha de São Paulo.

Considerada “a voz do bolsonarismo”, a Jovem Pan tem expurgado do seu quadro comentaristas simpáticos ao ex-capitão. No último dia 7, a emissora anunciou que a ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel pediu demissão. Nomes como Caio Coppolla, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes e Guga Noblat também foram desligados.

Nos quatro anos de governo Bolsonaro, a Jovem Pan viu sua audiência crescer exponencialmente.

Há 15 dias, bolsonaristas protestam contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pedem intervenção militar. Os atos antidemocráticos vêm sendo financiados por empresários do agronegócio, que chegam a pagar estadia e alimentação dos manifestantes. Em alguns casos, caminhoneiros são contratados com carteira assinada, e o salário não sofre mudanças mesmo com eles parados em Brasília.

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