Erika Hilton aciona ministério e cobra mudanças no novo RG por respeito a pessoas trans

Novo documento obriga pessoas trans a mencionarem o nome de batismo e o sexo biológico

Foto: Divulgação SERPRO

Apoie Siga-nos no

O governo Lula (PT) recuou de um acordo firmado com o Ministério dos Direitos Humanos e entidades LGBT e manteve os campos “nome social” e “sexo” no Registro Geral. O decreto, publicado na terça-feira 28, manteve diretrizes para o novo RG propostas pela gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Em abril, o governo havia criado um grupo para revisar as mudanças no documento, consideradas transfóbicas pela comunidade LGBT. No novo modelo, pessoas trans seriam obrigadas a exibir o nome “morto” junto ao nome social, além de informar o sexo biológico. Na sequência, o Ministério de Gestão e Inovação atendeu aos pedidos e anunciou que as mudanças propostas em 2022 seriam revertidas.

Novo modelo da Carteira de Identidade Nacional

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou, em caráter de urgência, uma indicação à ministra Esther Dweck para alterar o decreto publicado. No documento, a deputada classifica a obrigatoriedade do campo “sexo” como uma violação e reforça a proposta discutida anteriormente, que unifica os campos “nome” e “nome social”, além de excluir o item “sexo”, a fim de respeitar tanto a população trans, quanto as pessoas não-binárias.

“Compreendemos que o termo ‘sexo’, além de estar absolutamente desconectado com a maneira como deve ser feito o tratamento de identidades de gênero da população, não tem qualquer utilidade prática que justifique a sua presença”, destaca a deputada no ofício.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.